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Flores aos molhos, esculturas e Zendaya a dobrar na floresta encantada da Met Gala 2024

"O jardim do tempo" era o tema da festa e os convidados corresponderam com muitas flores e algumas interpretações livres numa passadeira bege e verde por onde Zendaya passou duas vezes. Veja os looks.

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A passadeira desenrolou-se pelas escadas do Museu Metropolitan e a decoração deu o mote de floresta encantada para o momento mágico que se esperava que fosse a chegada dos convidados da Met Gala. Ao fim de três horas de uma frenética movimentação sobre os degraus cobertos de bege e verde parecia que já não haveria surpresas, contudo  houve ainda tempo para Zendaya fazer a segunda entrada da noite, com um segundo look, claro. O tema da festa foi “O jardim do tempo” e, embora a Natureza tenha sido a musa mais óbvia, esta festa já nos habituou a surpresas por isso houve também naked dresses, vitaminas de cor, esculturas de brilho, inspirações do baú e, claro, quem usasse o que bem lhe apeteceu. Veja os looks na galeria no topo do artigo.

Durante horas dezenas de celebridades subiram a escadaria do Museu Metropolitan em ritmo de pára/arranca, posando constantemente para os flashes dos fotógrafos em várias direções e com a ajuda de atenciosos assistentes que davam indicações, ajeitavam as caudas dos vestidos e apoiavam quem precisava de ajuda para subir os degraus. A veterana Jennifer Lopez, que foi à sua 14ª Met Gala, e a jovem Zendaya foram as primeiras divas a chegar à festa porque estavam entre o grupo de anfitriões, além de Anna Wintour, a mentora do evento.

Contudo, quando parecia que Cardi B ia encerrar a passadeira de estrelas com um vestido preto de Windowsen suficientemente espaçoso para ser protagonista, eis que estava mais uma convidada à espreita, mas que só viria entrar em cena quando a transmissão do evento tinha terminado. Zendaya, também ela com um vestido preto, suficientemente carismático para encerrar a passadeira vermelha mais importante do ano. A atriz de 27 anos foi buscar aos arquivos um vestido criado por John Galliano para a casa Givenchy em 1996, com uma saia rodada e uma longa cauda, que completou com um ramo de flores na cabeça. Foi a segunda criação de Galliano que usou na mesma noite, já que umas horas antes a tínhamos visto com um vestido sereia às riscas feito sob a marca da Maison Margiela. Já agora, vale a pena acrescentar que também o seu stylist, Law Roach, usou dois looks diferentes para acompanhar a amiga.

Galliano foi um dos nomes da noite, pode até nem tem feito muitos looks para esta festa, mas faz soar as campainhas de quem se lembra do trabalho outrora  fez na casa Dior, antes de cair em desgraça com uma polémica em 2011, e do que tem feito na Maison Margiela desde o seu discreto regresso em 2014. Além dos looks de Zenday, Galliano também vestiu Kim Kardashian e Gwendoline Christie.

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É possível ver os anfitriões a chegarem num vídeo que o Museu Metropolitan partilhou no Instagram já durante a festa.

Gigi Hadid disse em entrevista à Vogue à entrada do museu que estava “literalmente a usar uma escultura” com 2 milhões e 800 mil contas aplicadas e  centenas de horas de trabalho. Não foi a única, porque a temática das flores inspirou muitos looks que não se ficaram pelos estampados coloridos. Das flores em renda, às flores aplicadas e ainda as tridimensionais, é seguro dizer que cada vestido era um canteiro único.

Se as flores foram uma das tendências da noite, há mais duas a destacar. Nicole Kidman contou que viu um vestido criado por Cristobal Balenciaga em 1951 numa fotografia de Richard Avedon e pediu a Demna Gvasalia, o designer atualmente à frente da marca, para o recriar. A atriz disse que seguiu o tema da exposição e considerou o vestido “uma beleza adormecida que foi de novo trazida à vida”. Isabel Hupert usou um vestido Balenciaga inspirado no vestido que encerra a exposição de moda no intrior do museu e que é um vestido de noiva criado pelas irmãs Callot em 1930.

Lana del Rey teve um privilégio semelhante, já que  Sean McGirr, o designer ao leme da marca Alexander McQueen lhe fez um look inspirado numa criação de 2006. Kendall e Kylie Jenner usaram peças do arquivo da casa Givenchy. Também na onda vintage, Naomi Watts revelou ao Washington Post que o seu vestido Balenciaga tinha sido feito com uma antiga toalha de mesa comprada no e-Bay por 20 euros.

Outra é o “naked dress” teve os seus momentos. Jennifer Lopez, Rita Ora, Doja Cat, Emily Ratajkowski e Kylie Minogue escolheram criações deixavam muito pouco para imaginação, embora em quatro estilos bem diferentes.

Sobrou ainda muito espaço no tema da festa para interpretações livres que proporcionaram looks com inspiração em outros elementos da Natureza, ou simplesmente no vasto arco-íris da época primaveril. Apesar da constelação de caras conhecidas que desfilaram

A Meta Gala tem décadas e muito para contar, mas para um pouco de história e algumas curiosidades o melhor é visitar este artigo.

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Numa festa desta dimensão e uma componente de moda tão forte é claro que o dress code não é deixado ao acaso. Na verdade, segue a temática da exposição e o mote deste ano é dado pela expressão “The Garden of Time”, ou “O jardim do tempo” em português. O tema inspira-se diretamente no conto “The Garden of Time” escrito por JG Ballard em 1962, que conta a história de um casal que vivia numa villa com um terraço com vista sobre um jardim de flores que pareciam de cristal. Uma multidão zangada do lado de fora da villa aproxima-se e, para que a tranquilidade seja restaurada, é preciso colher do jardim uma flor que inverte o tempo, até que não haja mais nenhuma. A história chega ao fim com a multidão a invadir a villa, que acaba por se tornar uma propriedade abandonada com um jardim arruinado com estátuas do casal de condes em plantas espinhosas.

Este ano Jennifer Lopez, os atores Zendaya e Chris Hemsworth e o cantor porto-riquenho Bad Bunny estarão ao lado de Anna Wintour, a organizadora principal desta festa, como anfitriões. Com eles estará ainda o designer de moda ao leme da Loewe, Jonathan Anderson, e o CEO do Tik Tok, Shou Chew, que serão presidentes honorários por esta noite, uma vez que ambas as marcas patrocinam a exposição deste ano do Costume Institute. Todos os anos há algumas personalidades destacadas nas suas áreas de trabalho ou na sociedade e bem conhecidas do público que são convidadas a serem co-presidentes do evento.

Dentro do museu há “Beldades adormecidas”

A Met Gala é uma festa que também marca a abertura da grande exposição de moda do ano no Museu Metropolitan, por isso o convidados têm o privilégio de fazer uma visita antes da abertura ao público no dia 10 de maio.

A exposição desta primavera chama-se “Sleeping Beauties: Rewakening Fashion”, que se pode traduzir para “Beldades adormecidas: Despertar a moda”. A inspiração é a natureza e o “mundo natural” serve de “metáfora visual unificadora” para a “efemeridade da moda”, segundo explicou o museu em comunicado quando foi anunciada a exposição. Vão ser exibidas cerca de 250 peças, roupas e acessórios de diferentes épocas ao longo de 400 anos de história e vindas da coleção permanente do museu. As peças escolhidas partilham referências à Natureza e estarão dividas em três “zonas” principais: terra, mar e céu, segundo revela a Vogue.

A exposição também vai explorar o trabalho de conservação das peças de moda e é aqui que entram as “beldades adormecidas”, que são peças de vestuário que já não podem ser vestidas em manequins devido à sua fragilidade e, por isso, vão estar expostas em vitrines para os visitantes poderem “observar os diferentes estados de deterioração, como se estivessem a ver ao microscópio”. Além de belos items de moda esta mostra vai ser enriquecida com recurso a inteligência artificial, vídeos, projeções de luzes e outros meios, de forma a ser uma experiência sensorial para os visitantes.

“Quando uma peça de vestuário entra na nossa coleção, o seu estatuto é alterado de forma irrevogável. O que em tempos foi uma parte vital da experiência vivida por uma pessoa é agora uma ‘obra de arte’ imóvel que já não pode ser usada ou ouvida, tocada ou cheirada”, explica Andrew Bolton, curador chefe do Costume Institute. “A exposição esforça-se por animar estas obras de arte, despertando as suas capacidades sensoriais através de uma série de tecnologias, proporcionando aos visitantes ‘acesso sensorial a peças de vestuário históricas raras e a modas contemporâneas rarefeitas”, continua Bolton em comunicado de imprensa do mudeu. “Ao apelar à mais vasta gama possível de sentidos humanos, a exposição pretende restabelecer a ligação com as obras expostas tal como foram originalmente concebidas — com vibração, com dinamismo e, em última análise, com vida.” A exposição pode ser visitada entre 10 de maio e 2 de setembro.

No dia da Met Gala, o Costume Institute começou o dia com a partilha de um vídeo nas redes sociais que revela um pouco do que passa interior da exposição. A página da Vogue Runway também permite ao público espreitar o que se passa em “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion”.

A história da Met Gala 2023 ficou contada aqui, onde se podem rever os melhores looks da festa e algumas imagens do interior da exposição, ambas em homenagens a Karl Legerfeld.

Dos vestidos vintage Chanel às camélias de Rihanna, a Met Gala pintou-se de preto e branco, teve flores, pérolas e gatos. Veja os looks