O diretor de vendas da TAP, Nuno Sousa, considerou esta sexta-feira que é difícil alterar o subsídio social de mobilidade nas ligações aéreas entre os Açores e o continente, apesar de alguns partidos pretenderem modificar o modelo, que vigora desde 2015.
“Uma solução que identifique o valor de compensação, quem paga, quais os prazos de pagamento exequíveis, etc, etc, isso não é uma solução fácil!”, advertiu o responsável pelas vendas na transportadora nacional, durante uma audição na Comissão de Economia da Assembleia Regional, reunida em Ponta Delgada.
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Nuno Sousa foi ouvido pelos deputados, na sequência de uma anteproposta de lei, apresentada pela bancada do Chega, que propõe que os passageiros residentes nos Açores, que pretendam viajar para o continente, paguem, no máximo, 134 euros pela tarifa aérea de ida e volta, para acabar com a especulação no preço dos voos.
“Não seria possível estabelecer preços máximos para as tarifas, assim como para a taxa de emissão do bilhete?”, questionou o deputado do Chega, Francisco Lima, lembrando que, “uma coisa é aquilo que as companhias aéreas recebem, outra coisa é aquilo que as agências de viagens cobram”.
Mas o diretor de vendas da TAP entende que as companhias aéreas devem continuar a ter liberdade para aplicarem as tarifas que entenderem, para cada viagem, e lembrou que, para já, ainda vigoram as regras do mercado livre.
“Existem tarifas que podem ir de um patamar muito baixo, menos de 60 euros, e podem subir até 600 euros, ou até eventualmente mais, depende dos mercados, depende das rotas, da procura e da capacidade instalada da própria companhia aérea”, justificou Nuno Sousa.
Segundo explicou, a TAP, por vezes, é “obrigada” a “ajustar a tarifa” para poder ter uma taxa de capacidade alta, adiantando que, se não o fizer, a transportadora não conseguirá vencer num mercado aberto, onde operam também companhias concorrentes, como a Azores Air Lines e a Ryanair.
Os deputados ao parlamento açoriano pretendem também ouvir agentes de viagens e membros do Governo, a propósito da proposta do Chega, antes de o diploma subir a plenário para votação final.