Cerca de 900 mil primeiras consultas de especialidade ficaram por realizar nos últimos cinco anos porque os doentes não comparecerem nos hospitais, avança esta segunda-feira o jornal Público, citando dados da Direção Executiva do SNS. Este valor corresponde a cerca de 15% do total de referenciações dos centros de saúde entre os anos de 2019 e 2023.

Só em 2023, foram desperdiçadas quase 190 mil primeiras consultas. A especialidade de Oftalmologia, uma das que têm as maiores listas de espera, foi a que registou um maior número de faltas — foram quase 29 mil no ano passado — seguida de Ortopedia, Cirurgia Geral e Otorrinolaringologia.

A maioria das especialidades não cumpre tempo máximo de espera para consultas. Oftalmologia, Reumatologia e Alergologia são as piores

Os dados refletem apenas uma parte das consultas não realizadas, uma vez que, nesta contabilização, não estão incluídas as consultas subsequentes e as consultas dos cuidados de saúde primários. O especialista em economia da Saúde Eduardo Costa admite ao Público que “é provável que a taxa de falta seja superior” nestas outras consultas.

Para o especialista o facto de as especialidades com maiores listas de espera serem também as que têm uma maior taxa de falta de comparência pode ser explicada com a ida dos doentes para outras instituições (dado o elevado tempo de espera no SNS) ou com o desaparecimento da condição de saúde que motivou o pedido de consulta de especialidade. Alguns hospitais enviam aos utentes um alerta, via SMS, a relembrar a marcação da consulta.

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