Cinquenta e oito utentes, transferidos dos Açores na sequência do incêndio que atingiu o hospital de Ponta Delgada, permanecem ainda na Região Autónoma da Madeira, indicou nesta segunda-feira o serviço de saúde do arquipélago madeirense.
Em comunicado, o Serviço Regional de Saúde (Sesaram) adianta que apenas um doente, dos 59 transferidos há cerca de uma semana dos Açores, já saiu, “pelo facto de já ter um procedimento cirúrgico agendado em Lisboa”.
O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que deflagrou pelas 9h40 locais de 4 de maio (10h40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16h11 desse dia, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
Na altura estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário transferir 240.
Ainda segundo o Sesaram, 23 utentes estão internados no Hospital Dr. Nélio Mendonça, 26 estão alojados no Regimento de Guarnição n.º 3 e sete estão em alojamento próprio.
“Os 55 doentes com doença renal crónica continuam a receber os respetivos tratamentos, bem como toda a medicação necessária”, que está a ser assegurada pelo Sesaram, é acrescentado.
Uma das duas grávidas transferidas da ilha de São Miguel no dia 5 de maio “já deu à luz a gémeos e encontra-se bem de saúde”.
Ainda de acordo com o SESARAM, “as equipas de saúde das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores estão em constante articulação em prol de uma melhor prestação de cuidados aos utentes”.
No dia seguinte ao incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), o governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública para “acelerar procedimentos” que permitam normalizar, num “curto espaço de tempo”, a atividade da maior unidade de saúde açoriana.
A direção clínica anunciou na quarta-feira que o hospital vai ser reativado “lentamente”.
Hospital de Ponta Delgada quer iniciar reativação “lenta” na próxima semana
Nesta segunda-feira, o HDES revelou que “foi já possível a 26 doentes oncológicos retomar os seus tratamentos nas instalações do hospital”.
Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.