O vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, defendeu que a Metro do Porto deve “explicações cabais” sobre o que impediu a preservação de duas árvores de grande porte na Rotunda da Boavista.
“Importa que a Metro do Porto dê explicações cabais sobre o que aconteceu para que não fosse possível preservar aquele património”, afirmou Filipe Araújo durante a Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite.
Em causa está o estado fitossanitário de dois liquidâmbares localizados na Rotunda da Boavista que “torna premente a necessidade de avançar com o seu abate”, indica um estudo solicitado pela autarquia à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
De acordo com o estudo, os dois exemplares “foram afetados irreversivelmente devido aos trabalhos de Jet-Grouting”, método que tem “impactes substanciais na vida do solo e sistema radicular dos outros exemplares arbóreos”.
Aos deputados municipais, Filipe Araújo, que também detém o pelouro do Ambiente, assegurou que o município procurou que o impacto das obras do metro no património natural “fosse o menor possível”.
“Que fique claro que a câmara, desde a primeira hora, se há algo que tentou preservar foi este património na rotunda da Boavista”, afirmou, dizendo que a autarquia não deu nenhum parecer para que as duas árvores de grande porte fossem abatidas.
“Temos instigado a Metro do Porto a procurar soluções técnicas que permitam preservar este património”, referiu, acrescentando que essas explicações deve ser solicitadas à Metro do Porto pela comissão criada pela Assembleia Municipal para acompanhar as obras da Metro e da Infraestruturas de Portugal na cidade.
À semelhança do vice-presidente, também o deputado Raul Almeida, do movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, mostrou-se desagradado com o possível abate das duas árvores, considerando “gravíssimo” o facto da Metro do Porto poder ter comprometido a sua viabilidade.