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Cerca de uma centena de pessoas mantinham-se às 00h00 desta terça-feira concentradas no jardim da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), em protesto contra a manutenção das relações entre a academia e o Estado de Israel.

Ao quinto dia de protestos, no interior da faculdade, nomeadamente nos corredores, escadas e em pelo menos uma das salas, mantinham-se cerca de 25 estudantes, num cenário que a continuar até de manhã, implicará o normal decurso das aulas.

Os agentes da PSP que estiveram no local deixaram de estar visíveis pelas 21h14, tendo fonte dos estudantes informado que, pouco depois, abandonaram o local. Depois desta situação — a PSP chegou eram 20h30 de segunda-feira e saiu pelas 21h14 — o ambiente entre os estudantes acalmou, tendo havido inclusive tempo para que todos se alimentassem.

A noite terminou com uma assembleia, para discutir as condições em que os alunos da FCUP terão para continuar os seus estudos, caso a concentração se mantenha a partir da manhã desta segunda-feira, havendo, no entanto, quem tenha gritado para manterem o protesto no interior das instalações.

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Este protesto teve o primeiro momento em 8 de maio, quando cerca de meia centena de estudantes reclamaram diante da reitoria da UP o corte de relações entre a academia e o Estado de Israel.

Na quarta-feira os estudantes concentraram-se na Faculdade de Belas Artes e decidiram prosseguir com o protesto na Faculdade de Ciências, onde colocaram tendas de campismo para se abrigarem durante a noite rodeadas de bandeiras da Palestina, velas e faixas com frases como: “Solidariedade proletária por uma Palestina Livre”, “Israel não é uma democracia, Israel é um país terrorista” e “A revolução começa aqui”.

A ação faz parte da luta internacional de protesto estudantil que se iniciou em universidades norte-americanas e já se estendeu a instituições de ensino superior em várias cidades europeias, do Canadá, México e até Austrália, a exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 35 mil mortes, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o enclave numa situação de grave crise humanitária.