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O presidente do Chega indicou esta terça-feira que o partido “não se oporá a nenhuma audição” proposta pelo presidente da Assembleia da República, mas rejeitou que o parlamento seja alvo de “lições de liberdade”.
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“O Chega informou o senhor presidente da Assembleia da República que não se oporá a nenhuma audição que queira fazer, embora entenda que o parlamento não precisa de ninguém para lhe dar lições de liberdade”, afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas na sede do Chega, em Lisboa, depois de na segunda-feira José Pedro Aguiar-Branco ter proposto aos grupos parlamentares que sejam ouvidos na conferência de líderes de quarta-feira antigos presidentes do Tribunal Constitucional sobre liberdade de expressão dos deputados.
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Esta questão surgiu na sexta-feira de manhã, em plenário, depois de o líder do Chega se ter referido às capacidades de trabalho do povo turco a propósito da construção do novo aeroporto de Lisboa, o que levou as bancadas do BE, Livre e PS a defenderem a intervenção do presidente do parlamento para impedir este tipo de discursos que consideraram “xenófobos”.
Ventura disse que se vive um “estado de alucinação” e considerou “politicamente absurdo” a “ideia de que uma frase solta num debate sobre habitação relativamente a uma imagem sobre o povo turco” fosse “desencadear uma enorme tempestade política e um debate aceso sobre liberdade de expressão e os seus limites”.
A larga maioria dos portugueses gostava de ver um parlamento a trabalhar nas verdadeiras questões que importam” e “não a perder tempo com conferências de líderes extraordinárias, horas e horas de audições sobre se o André Ventura pode ou não falar de turcos na Assembleia da República, ou de albaneses, ou de chineses ou de ciganos ou outros”, sustentou.
O líder do Chega defendeu que “ninguém, sendo líder de uma força política ou seu representante, pode ser censurado ou limitado no seu pensamento ou expressão em Portugal”, podendo depois “enfrentar as consequências criminais, civis e administração dessa atuação”.
André Ventura disse estar em causa uma “estratégia concertada da esquerda, com a anuência da fraca direita, para atacar o Chega” e que “ninguém, da esquerda à direita, tem qualquer interesse em atacar Aguiar-Branco, o objetivo é sempre o mesmo, é conotar o racismo, a xenofobia, o excesso com o Chega e com o seu presidente”.
“A esquerda fez o barulho, o PS foi atrás, a direita mais fraca e cobarde deixou-se acobardar e acantonar, o presidente da Assembleia está isolado, apenas com o apoio do Chega, ironicamente”, disse, considerando que a “esquerda e algum centro-direita têm saudades de Augusto Santos Silva”.
O presidente do Chega rejeitou ainda uma alteração ao Regimento da Assembleia da República “para restringir direitos de expressão”.
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Depois de falar do IRS e de ainda responder às acusações de misoginia de Isabel Moreira, o presidente do Chega apenas permitiu que fossem colocadas duas perguntas, saindo de repente da sala onde decorreu a conferência de imprensa. Momentos mais tarde, justificou estar atrasado para apanhar um avião.
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