Os bombeiros italianos retiraram de casa 35 famílias na região de Nápoles, onde as escolas vão estar encerradas esta terça-feira, depois de cerca de 150 abalos sísmicos terem provocado o pânico, mas sem vítimas.

Desde a noite de segunda-feira, “foram registados cerca de 150 sismos” na zona vulcânica dos Campos Flégreos (sul), informou esta terça-feira o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) num comunicado citado pela agência francesa AFP.

O maior dos sismos teve uma magnitude 4,4, muito percetível porque ocorreu a pouca profundidade, 2,6 quilómetros abaixo dos Campos Flégreos, uma zona com cerca de meio milhão de habitantes.

A Proteção Civil acionou a Unidade de Crise em Nápoles e nas cidades vizinhas de Pozzuoli e Bacoli, que se situam na caldeira vulcânica dos Campos Flégreos, que tem registado recentemente uma atividade sísmica constante.

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Muitos habitantes de Pozzuoli, um município na zona de atividade dos Campos Flégreos, fugiram de casa na sequência dos tremores, que causaram pequenos danos em edifícios, mas sem vítimas.

“Esta será uma noite que não esqueceremos”, escreveu o presidente da Câmara de Pozzuoli, Gigi Manzoni, no story do Instagram, segundo a agência francesa AFP.

Vídeos amadores mostraram o chão de um supermercado em Pozzuoli cheio de garrafas que caíram das prateleiras devido aos sismos.

Foram abertos quatro centros de acolhimento para os habitantes que procuram abrigo para passar a noite, enquanto as escolas serão inspecionadas pelos bombeiros.

O centro de coordenação dos socorros de Nápoles mobilizou 400 camas de campanha em Pozzuoli, onde foram montadas tendas, e em Bacoli.

O vulcão, que se estende por um perímetro de 15 por 12 quilómetros, apresenta a típica depressão de fundo plano deixada após uma erupção.

É a maior caldeira ativa da Europa, situada na orla marítima entre Nápoles e Pozzuoli.

Nesta região, os Campos Flégreos são ofuscados pelo vizinho Vesúvio, que domina a baía de Nápoles e cuja erupção varreu Pompeia do mapa em 79 d.C..

Os Campos Flégreos entraram em erupção há 40.000 anos e afetaram o clima do planeta.

O vulcão preocupa habitantes e os cientistas devido a um recrudescimento da atividade causado pelos gases emitidos pelo magma, que exercem pressão sobre a superfície e abrem fissuras no solo.

De acordo com o INGV, a velocidade a que o solo tem estado a subir, dois centímetros por mês, não se alterou até agora.

“Durante a crise sísmica de 1982-84, o solo estava a subir a uma taxa de nove centímetros por mês”, disse o instituto.

Nessa altura, “foram registados mais de 1.300 abalos por mês, dos quais 450 no último mês”, acrescentou.