O grupo de Extrema-direita Identidade e Democracia do Parlamento Europeu anunciou esta quinta-feira que excluiu a delegação da Alternativa para a Alemanha (AfD) semanas antes das eleições europeias. A decisão surge depois das declarações do candidato Maximilian Krah, que considerou ser “errado” afirmar que todos os membros das SS eram “criminosos”.

“O grupo ID não quer continuar a ser associado aos incidentes que envolvem Maximilian Krah, cabeça de lista da AfD às eleições europeias”, indicou o grupo num comunicado citado pela agência Reuters.

Europeias: cabeça de lista do AfD demite-se da direção do partido após declarações sobre nazis

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Numa entrevista recente ao jornal italiano La Repubblica Maximilian Krah considerou ser errado que todos os elementos das Schutzstaffel (SS, organização paramilitar ligada ao regime nazi liderado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial) eram “criminosos”. Pouco depois o político anunciou a sua saída da liderança da AfD e garantiu que não ia voltar a comparecer na campanha eleitoral, ainda que, segundo a agência Reuters, permaneça como candidato nas eleições.

Vou abster-me de novas comparências na campanha eleitoral com efeito imediato e vou demitir-me de membro do comité executivo federal”, revelou num texto divulgado pelos meios de comunicação alemães esta quarta-feira.

Na sequência das declarações de Krah, os partidos que compõem o grupo Identidade e Democracia já se tinham distanciado do AfD. A começar pela direita radical União Nacional (França), liderada por Marine Le Pen, e a Liga, do vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini.

Na terça-feira, o presidente do União Nacional e cabeça de lista às eleições europeias, Jordan Bardella, tomou a decisão de se “deixar de se sentar” com os alemães da AfD no Parlamento Europeu. A atitude foi seguida também pela Liga.