Narendra Modi deverá ser reconduzido como primeiro-ministro da Índia mas com uma “maioria mais reduzida”, segundo resultados preliminares da contagem de votos. A Comissão Eleitoral da Índia começou nesta terça-feira a contar os votos das eleições gerais para a câmara baixa do parlamento (Lok Sabha), com 543 assentos, na qual participaram cerca de 650 milhões de pessoas durante mais de seis semanas.

Índia já vota nas maiores eleições gerais do mundo. São quase mil milhões de votantes

A contagem começou às 8h00 (3h30 em Lisboa) com os boletins de voto por correspondência, antes de prosseguir com os votos em máquinas eletrónicas nos centros de contagem situados no meio milhar de círculos eleitorais contestados, de acordo com a Comissão Eleitoral da Índia.

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De acordo com a BBC, a coligação liderada por Modi não deverá ir muito além dos 295 assentos parlamentares, sendo necessários 272 lugares para ter maioria. Porém, Modi tinha dito que ambicionava obter cerca de 400 mandatos (do total de 543), um objetivo que parece estar muito distante.

Esta é a única fase do processo eleitoral a ser realizada simultaneamente neste país de quase mil milhão de eleitores, que exigiu sete fases de votação. Ainda deverá demorar algumas horas até que sejam anunciados resultados oficiais.

Primeiro-ministro indiano reivindica vitória nas eleições gerais

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reivindicou esta terça-feira a vitória do seu partido e aliados nas eleições gerais, confirmando-se uma maioria parlamentar reduzida, o que já foi caracterizado pela oposição como “castigo”.

A Índia confiou na coligação no poder “pela terceira vez consecutiva”, escreveu Modi na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que continuará o “bom trabalho realizado na última década para continuar a satisfazer as aspirações do povo”.

“Este é um facto histórico na história da Índia”, frisou Modi, numa referência à sua terceira vitória eleitoral consecutiva.

Depois de alguns analistas e as sondagem à boca das urnas anteverem uma vitória clara de Modi e do seu partido nacionalista hindu, o Partido Bharatiya Janata (BJP), os resultados preliminares indicam que uma maioria absoluta só deverá ser possível em coligação.

O Congresso, principal partido da oposição indiana, deverá quase duplicar o seu número de assentos parlamentares, graças, sobretudo, a acordos para apresentar candidatos individuais.

“Os eleitores castigaram o BJP”, declarou à imprensa Rahul Gandhi, uma das principais figuras do Congresso, que foi reeleito com uma vantagem de mais de 364.000 votos no círculo de Wayanad, no sul do país.

Com 99% dos votos contados, o BJP e os seus aliados estão a liderar com pelo menos 291 lugares. A maioria na câmara baixa do parlamento (denominada Lok Sabha) é garantida com 272 lugares, de um total de 543.

O BJP está a liderar com apenas 239 lugares, de acordo com os resultados parciais, um valor inferior ao alcançado em 2019 quando conquistou 303 lugares.

O Congresso, por outro lado, soma 99 assentos, em comparação com os 52 garantidos há cinco anos.

Na sede do BJP, já se celebra a vitória, segundo relataram as agências internacionais.

Modi foi reeleito deputado pelo círculo eleitoral de Varanasi, a sua terceira vitória.

A taxa de participação nas eleições gerais na Índia, que foram apelidadas como o maior exercício democrático à escala mundial, situou-se, em média, nos 66%, de acordo com os dados oficiais.