O artista plástico Luís Camacho morreu nesta terça-feira, aos 68 anos, vítima de doença oncológica, numa unidade hospitalar, em Lisboa, revelou à agência Lusa fonte próxima da família.
De acordo com a mesma fonte, o funeral do artista, natural de Moura, distrito de Beja, decorrerá na quarta-feira, às 11h45, naquela cidade do Alentejo, onde será sepultado.
Nascido em 1956, Luís Camacho estudou na Escola António Arroio e na Escola Superior de Belas-Artes, em Lisboa, onde viveu e trabalhou, num percurso artístico inserido na geração dos anos 1980, que renovou a arte contemporânea portuguesa, e da qual fazem parte, entre outros, Pedro Cabrita Reis, José Pedro Croft, Pedro Calapez e Pedro Casqueiro.
Com uma obra vasta e variada, incluindo a pintura, o desenho e a cerâmica, expôs pela primeira vez em 1974, e na sua obra inicial optou por desenhos e pinturas a acrílico adotando formatos esguios de figuras-signos transparentes, de grandes dimensões, num fundo indefinido, segundo dados da Infopédia.
Os títulos que deu às suas obras oscilam entre a visualidade genérica e o apelo à livre associação de imagens, como “Paisagem para Um Fruto” (1983), “Sítio” (1986), “Amo-te” (1986) e “Carne” (1988).
Na década de 1980, foi representado pela Galeria Leo, no Bairro Alto, e nos anos 1990 pela Galeria Palmira Suzo, na Rua das Flores.
É também autor de obras de arte pública, entre as quais o grande painel de azulejos da Rua da Mãe de Água, no Príncipe Real, criada no âmbito do projeto Sétima Colina, da Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura.
Era amigo do artista plástico e poeta Mário Cesariny (1923-2006), “que constituiu sempre para ele uma referência moral de liberdade e de libertação”, recordou à Lusa fonte próxima do artista: “A sua atitude discreta e reservada, levava a que não estivesse tão visível quanto merecia”.