O novo recinto do Rock in Rio Lisboa, no Parque Tejo, divide as opiniões do público, que desde as 17:00 de deste sábado já enchia todos os espaços da ‘cidade do rock’, num dia em que se espera lotação esgotada.

Num festival com 17 espaços de entretenimento, dos quais cinco são palcos, há muito por onde escolher.

Pelas 16:30, milhares de pessoas estavam já concentradas em frente ao Palco Mundo, o principal do Rock in Rio Lisboa, a ouvir e a cantar em uníssono clássicos dos Xutos & Pontapés, como “Homem do Leme”, “Contentores” e “Maria”.

A banda, que hoje esteve acompanhada pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, não falhou um Rock in Rio Lisboa. Este ano cumpre-se a 10.ª edição em Portugal do festival, que nasceu em 1985 no Brasil.

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Ainda que milhares estivessem junto ao Palco Mundo, outros tantos espalhavam-se pelo recinto em filas para a roda gigante e stands de marcas, nas áreas de restauração, noutros palcos e na “All Experience”.

Foi neste espaço, situado na pala do Parque Tejo, criada para acolher o Papa durante a Jornada Mundial da Juventude em agosto do ano passado, que a Lusa encontrou Ângelo e Andresa, um casal de brasileiros a viver há sete anos em Viseu.

Para Ângelo, a ‘cidade do rock’, que ocupa “um espaço muito maior”, está este ano “mais organizada” do que no Parque da Bela Vista.

“Há dois anos batia um vento e era um ‘poeiral’, aqui tem um relvado bom, vasto. E a diversidade das coisas, há muito mais coisas”, referiu.

Andresa juntou às vantagens do novo recinto “poder ver o Tejo”. “É um presente bem agradável”, comentou.

Os Scorpions, que encerram hoje o Palco Mundo, foram a razão principal para terem optado pelo primeiro dia do festival. A 10.ª edição continua no domingo e nos dias 22 e 23 de junho.

“Aproveitar que uma lenda vai tocar hoje, e não sabemos até quando. Poder ver um concerto deles é um privilégio”, disse Andresa, com Ângelo a explicar que o gosto musical do casal “é deste rock mais à antiga”.

A t-shirt da banda alemã que Inês tem vestida denuncia a razão da sua presença hoje no Parque Tejo. “É uma das minhas bandas preferidas”, afirmou a jovem da Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, acrescentando que hoje quer ver também Europe, Hybrid Theory — banda portuguesa de tributo aos Linkin Park — e Evanescence. “É o todo. Xutos [& Pontapés] também é bom. Para mim é o melhor dia”, acrescentou.

A ‘cidade do rock’ parece-lhe “melhor” nesta edição: “O espaço, sendo enorme, dá para andar aqui super à vontade.”

Opinião diferente têm Ana e Pedro, de Setúbal, que gostavam mais do recinto no Parque da Bela Vista.

“Acho que tinha mais que ver com o que trouxe de diferente o Rock in Rio a Portugal. Aqui acaba por ser um bocadinho mais do mesmo: sombras zero, muito pó. O outro tinha muitos espaços verdes, o Palco Mundo estava num anfiteatro natural. Aquele local era algo diferente, trouxe algo diferente aos festivais em Portugal”, argumentou Pedro, com a concordância de Ana.

A principal razão para optarem pelo dia de hoje são os Extreme. “Estou cá pelo Nuno Bettencourt [guitarrista da banda]. Em termos de guitarra é para mim o melhor que existe no mundo”, disse Pedro, acrescentando que também quer ver os Scorpions.

Também Catarina, de Vila Nova de Famalicão, se queixou à Lusa da falta de sombras na ‘cidade do rock’. “Está demasiado exposta ao sol, então acaba por ser uma menos-valia. O espaço é maior e traz mais possibilidades de espetadores, e isso é bom”, enumerou, partilhando que hoje quer ver os Scorpions e os Evanescence.

Clara, de Sintra, destacou também o aumento da dimensão do recinto, mas falou em “coisas a melhorar”, como a Rock Street, que no Parque Tejo “não tem o impacto que tinha na Bela Vista”.

Também Bruno, que a acompanha e é igualmente de Sintra, considera que o novo recinto “tem aspetos a melhorar”. O jovem destacou a nova localização — “estar ao lado do rio é sempre um ‘plus'” — e criticou o terreno — “não é o melhor para se andar”.

Os Evanescence, os Hybrid Theory e os Scorpions foram os nomes que fizeram Clara e Bruno deslocarem-se hoje ao Parque Tejo, à semelhança de muitos dos 80 mil espetadores esperados no evento.

Embora haja diferenças, há coisas que se mantêm de edições anteriores, como a roda gigante, o slide ou a corrida aos brindes. Este ano, o que mais se vê são chapéus cor de laranja, de um dos patrocinadores, e pulseiras do festival, com palavras escolhidas pelos sub-30 da equipa do Rock in Rio Lisboa, como Paz, Amor, Respeito ou Educação.