O PCP entregou, esta segunda-feira, no parlamento um requerimento para a audição urgente dos sindicatos dos médicos, enfermeiros e técnicos de saúde e da ministra da Saúde sobre as dificuldades nos serviços de urgência nos hospitais do SNS.

No documento entregue, esta segunda-feira, na Assembleia da República dirigido à presidente da Comissão de Saúde, Ana Abrunhosa, o grupo parlamentar dos comunistas alerta para as carências e dificuldades enfrentadas nas urgências de várias zonas do país, como Lisboa, zona sul e centro do país.

Dada a aproximação do verão, período tipicamente “mais complicado”, mas também tendo em vista o “reforço do SNS no futuro”, o PCP quer ouvir em sede parlamentar a Federação Nacional dos Médicos, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica e a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

Os comunistas querem também explicações por parte do Governo, juntando a esta lista de entidades a serem ouvidas a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que mereceu já críticas do secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, depois das considerações negativas sobre as lideranças hospitalares do SNS.

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O PCP relembra, neste requerimento, o encerramento total ou parcial de diversos serviços de urgência em hospitais como o de São Teotónio, em Viseu, o hospital Garcia de Orta, em Almada, e o hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, que obriga a deslocações com meios próprios até aos hospitais abertos mais próximos ou a longos tempos de espera.

“Dada a falta de profissionais de saúde, os serviços de urgências das unidades hospitalares em diversas circunstâncias não têm conseguido completar as escalas, o que se tem traduzido em elevados tempos de espera”, argumenta o PCP.

O partido acusa ainda o atual Governo e o anterior, liderado pelo PS, de optarem “por encerrar rotativamente e em determinados períodos diversos serviços de urgência, ao invés de adotar medidas para contratar e fixar profissionais no SNS, nomeadamente valorizar carreiras, salários e garantir condições de trabalho”.

“O encerramento de serviços de urgência introduz insegurança e desconfiança junto dos utentes. Deste modo os utentes nunca sabem com o que contar, prejudicando-os. Os únicos beneficiados com a redução da capacidade do SNS são os grupos privados que lucram com a doença”, defende o partido no requerimento dirigido à comissão de saúde.