Apareceu numa primeira publicação, começou depois a difundir-se, nunca chegou a nenhum dos órgãos de comunicação social portugueses mas seguiu aquele seu caminho sinuoso pelas redes sociais onde num par de minutos algo falso quase parece verdadeiro. Na sequência do encontro com a Turquia, onde voltou a ficar pelo banco, foi escrito que João Félix se teria “atirado” a Roberto Martínez, que manifestara a sua frustração de forma mais visível e que a própria Federação Portuguesa de Futebol teria feito um comunicado a admitir o sucedido colocando em cima da mesa a possibilidade de afastar o jogador da concentração. Até começando logo pelo “comunicado fantasma”, nada disso aconteceu. E o jogador acabou por comentar tudo isso.

“Sim, soube disso. Não vi essas notícias do descontentamento porque não vejo mas o meu irmão mandou-me. É só mais uma falta de respeito para com o meu nome, com o mister e com a Seleção em geral”, atirou. Mais tarde, e perante o facto de ter deixado mais cedo o relvado a seguir ao encontro com a Turquia, o avançado também não fugiu à resposta… com uma pergunta. “Sim, fui à casa de banho… Quer que diga o que fiz?”. Ao contrário do que aconteceu na última fase final do Campeonato do Mundo do Qatar, onde conseguiu um lugar entre os habituais titulares jogando mais descaído sobre a esquerda, João Félix não somou qualquer minuto nos dois primeiros encontros do Europeu. Ainda assim, e olhando para o comportamento nos treinos e na própria conferência, não mudou assim tanto. E foi isso que norteou as respostas dos jornalistas.

“Tento sempre fazer o meu melhor, trabalho para estar ao melhor nível. Em algumas situações as coisas não têm corrido bem mas não vou baixar os braços e vão ver que consigo triunfar, os melhores momentos ainda vão chegar. Lido bem com as decisões, às vezes também não jogo. Felizmente ou infelizmente já aconteceu mas passei a reagir de outra forma e sempre que precisarem estarei pronto para ajudar. Se espero ser titular? Não quero lançar foguetes antes da festa mas acho que sim, espero que sim, espero estar no onze inicial”, confidenciou o avançado que jogou na última época no Barcelona por empréstimo do Atl. Madrid.

“Cada dia sinto-me mais preparado para todo o tipo de coisas que se diz e fala, que não são verdade em algumas partes e que às vezes colocam em causa o meu profissionalismo. Já poucas coisas me deixam chateado e triste, só mentiras como esta de ter pressionado o mister, de me ter chateado… É ridículo. O que não gosto e desprezo são pessoas que parece que querem o meu mal”, comentou. “A confiança que tenho no mister e ele em mim é a mesma, toca a todos em algumas fases da carreira não jogar tanto. Ele fez questão de falar comigo, a confiança é 100% e disse que estou aqui a 100% para ajudar, a ele, à Seleção e ao meu país. Momento decisivo de resposta? Não é um momento chave, é mais um momento. As coisas não se definem num jogo ou em meia hora mas é um jogo importante, é um jogo do Europeu que todos estão a ver”, frisou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Tento sempre fazer o meu melhor, trabalho sempre para estar ao melhor nível e para ajudar. As coisas não têm corrido bem em algumas situações mas nunca me vão ver a baixar os braços e seguramente ainda me vão ver triunfar, tal como sempre pensaram que iria acontecer desde que apareci no Benfica. Os melhores momentos ainda vão chegar”, salientou João Félix.

Entre a conversa, houve ainda um momento que arrancou sorrisos não só aos jornalistas mas ao próprio jogador, quando contou de forma sincera o que acontecia no estágio quando a Itália fez o golo do empate com a Croácia que impediu que os transalpinos pudessem cruzar com Portugal nos oitavos. “Sabíamos dessa possibilidade de defrontar a Itália, ainda vi o golo da Croácia, passou muito tempo de compensação, fui jogar às cartas e só vi depois o golo, nem dei por isso…”, admitiu o jovem avançado.

De referir que, também esta terça-feira, Enrique Cerezo, presidente do Atl. Madrid, comentou a situação do dianteiro que não deverá ficar no Metropolitano mas continua ainda com o futuro em aberto. “A situação é exatamente igual àquilo que era há 15 dias. É jogador do Atl. Madrid e está cedido ao Barcelona. Não sabemos qual vai ser a resposta do Barcelona e, quando a soubermos, tomaremos as decisões que tivermos de tomar”, comentou, citado pelo Mundo Deportivo. E se a permanência a título definitivo na Catalunha é um cenário mais complicado, o próximo projeto está ainda por aparecer numa fase em que os colchoneros tentam pelo menos recuperar parte do investimento superior a 120 milhões feitos no jogador em 2019.