O apuramento estava assegurado, mas a exibição esteve longe de ser positiva. Com muita rotação e falta de eficácia à mistura, a Seleção portuguesa perdeu esta quarta-feira frente à Geórgia, no encerramento da fase de grupos do Campeonato da Europa (2-0). No final do desafio, Roberto Martínez garantiu que a equipa vai melhorar com este desaire e destacou a postura defensiva dos georgianos.

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Na flash-interview o selecionador disse que o golo sofrido no segundo minuto da partida acabou por “afetar diretamente” a prestação coletiva, já que a equipa “demorou a encontrar o seu jogo”. “Foi o começo que nós não queríamos… Não conseguimos marcar o primeiro golo e não tivemos a mesma intensidade que o adversário. Para a Geórgia era uma final, para nós era o passo antes dos oitavos”, começou por dizer o treinador de 50 anos.

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“Fizemos muitas mudanças. O foco foi preparar todos os jogadores. Estamos mais preparados individualmente. Tínhamos jogadores no banco que não iam ser utilizados. É uma forma difícil de preparar o próximo jogo porque não gostamos de perder. É o primeiro jogo oficial que perdemos. O objetivo de hoje [quarta-feira] era preparar todos os jogadores”, sublinhou Martínez.

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Quanto aos erros de António Silva, que tiveram influência no resultado final, o treinador retorquiu que, no grupo, “perdem todos e ganham todos”. “O António [Silva] é muito jovem, mas vai ganhar maturidade. Os erros fazem parte dos jogos. Teve azar na grande penalidade. Estamos todos juntos e o António vai crescer”, completou.

Roberto Martínez abordou ainda o jogo dos oitavos de final frente à Eslovénia, seleção que derrotou Portugal em março, naquele que foi o primeiro desaire com o novo selecionador (2-0). “Conhecemos bem a Eslovénia e respeitamos muito a sua forma de jogar. O amigável ajudou muito a conhecer a Eslovénia. Precisamos de recuperar bem e olhar para a frente”, concluiu, antes de dizer que o próximo adversário “é uma seleção que joga como um clube”, tendo uma “sincronização defensiva brutal”.

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Mais tarde, já na sala de conferências de imprensa da Veltins-Arena, o técnico disse que faltou “clareza, último passe e ideias” junto à baliza da Geórgia, frisando que “Mamardashvili teve um desempenho muito bom”. “Entrámos no jogo com pouca intensidade. Sofrer o golo cedo foi o que a Geórgia precisava. A Geórgia ganhou força e crença. Foi uma vitória merecida. Preparámos o jogo da Geórgia contra a Rep. Irlanda. Durante o amigável tivemos a oportunidade de trabalhar a ideia e a estrutura defensiva que tivemos. Era importante parar o contra-ataque da Geórgia e não fizemos isso. Sofrer o golo causou um período de dúvida, mas o contexto era mais importante”, acrescentou.

Martínez deixou ainda críticas à arbitragem, ainda que tenha ressalvado a “falta de sorte” da equipa. “O VAR também esteve muito inconsistente. Se o lance do António Silva é penálti, o lance do Cristiano Ronaldo é mais claro. Foram muitas situações. Este era o jogo da história da Geórgia e não igualámos a intensidade que precisávamos. A Geórgia é muito boa a defender em bloco baixo e a tentar contra-ataques”, analisou.

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