A Comissão Europeia considera que a Meta está a violar a Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) com o modelo de subscrição imposto em novembro no Instagram e no Facebook, através do qual, mediante pagamento, os utilizadores europeus podem deixar de ver anúncios publicitários. Em comunicado, onde divulga as suas “conclusões preliminares”, Bruxelas acusa a tecnológica de não permitir “aos utilizadores optarem por um serviço que use menos dados pessoais, mas que seja equivalente àquele que é baseado em ‘anúncios personalizados'”.

Além disso, o executivo comunitário defende que a Meta — que leva os indivíduos a escolherem entre uma subscrição mensal para não verem anúncios no Instagram e no Facebook ou o acesso gratuito às redes sociais com “anúncios personalizados” — não permite “que os utilizadores exerçam o seu direito de consentir livremente a combinação dos seus dados pessoais”.

Um dos artigos da Lei dos Mercados Digitais define, precisamente, que as empresas que são consideradas “controladoras de acesso”, como a Meta, devem “obter o consentimento dos utilizadores para combinarem os seus dados pessoais entre os serviços principais da plataforma designada [da gatekeeper] e outros serviços”. Se o utilizador recusar dar o seu consentimento “deve ter acesso a uma alternativa menos personalizada, mas equivalente”, algo que não estará a acontecer nas plataformas da tecnológica.

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A Comissão Europeia indica que a Meta deve agora apresentar, por escrito, os seus argumentos de “defesa” face às acusações e lembra que a investigação, aberta no passado dia 25 de março, será concluída dentro de 12 meses. Citada pela agência Reuters, após a divulgação do comunicado de Bruxelas, a Meta defende que o serviço de subscrição “segue a orientação do mais alto tribunal da Europa e está em conformidade com a DMA”.

Na semana passada, o executivo comunitário já tinha considerado que outra tecnológica, a Apple, estava a violar a Lei dos Mercados Digitais. Nessa altura, acusou a empresa norte-americana de, através das regras que impõe na loja App Store, impedir “os programadores de aplicações de encaminhar de forma livre os consumidores para canais alternativos”.

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