Depois das críticas ao mau desempenho no debate para as eleições presidenciais da última semana, a família do Presidente dos Estados Unidos defende a continuidade de Joe Biden sua campanha. “Toda a família está unida”, disse fonte bem colocada na Casa Branca ao The New York Times, acrescentando que Biden não vai desistir da corrida eleitoral e que essa não foi uma possibilidade em cima da mesa. “Tem de levantar-se e lutar”, foi o que a família disse ao presidente dos EUA, segundo a mesma fonte.

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Também esta semana, a primeira-dama norte-americana já tinha falado em defesa do marido após o mau resultado no debate, reconhecendo que o chefe de Estado já não é mais “jovem”.

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Biden “pode não ser jovem” mas “sabe dizer a verdade”, diz Jill Biden em intervenção após o debate Biden-Trump

“Ele não é um homem jovem. Depois do debate de ontem à noite, ele disse: ‘Sabes, Jill, não sei o que aconteceu. Não me senti muito bem’”, assumiu Jill Biden durante evento em Nova Iorque. “O que o meu marido sabe fazer é dizer a verdade. Quando é derrubado, Joe levanta-se e é isso que estamos a fazer hoje”, sublinhou.

Outra das mais insistentes vozes em defesa da campanha do atual Presidente norte-americano é o seu filho, Hunter Biden, que tem sido há muito tempo um fiel conselheiro do pai durante o seu mandato e campanha.

Segundo o The New York Times, Hunter quer que os Estados Unidos vejam o seu pai como um homem “forte e com domínio dos factos” e não como “velho e hesitante”. Joe Biden tem discutido junto aos seus principais conselheiros os próximos passos da campanha e tem agendado para esta segunda-feira uma crucial reunião que pode defenir o seu futuro.

No entanto, as disputas internas entre os democratas foram acesas após um dos maiores financiadores da campanha, John Morgan, ter culpado publicamente nas suas redes sociais três dos principais conselheiros de Joe Biden pelo mau desempenho no debate.

Ron Klain, Bob Bauer e Anita Dunn, citados por Morgan, foram os principais responsáveis pela preparação de Joe Biden para o último debate, tanto na recolha de informações como nos ensaios para o debate, onde Bauer interpretava o adversário, Donald Trump.

Apesar das críticas, o próprio Presidente e a sua família não consideraram os conselheiros como os motivos do resultado negativo. Os conselheiros não quiseram comentar sobre a preparação, mas Ron Klain assegurou estar confiante na vitória de Biden.

“É uma campanha difícil e acirrada e ele é a pessoa que pode vencê-la”, considerou Klain em resposta ao New York Times. “Tivemos uma má noite de debate. Mas as campanhas ganham-se lutando, não desistindo”, acrescentou.

O Presidente norte-americano recebeu ainda o apoio público de figuras históricas do Partido Democrata, como o seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, e a antiga secretária de Estado, Hillary Clinton.

“Más noites de debate acontecem. Confiem em mim, eu sei. Mas esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns durante toda a sua vida e alguém que só se preocupa consigo mesmo”, escreveu Obama no seu perfil do X.

Apesar da recusa de Joe Biden, alguns dos jornais de referência dos Estados Unidos insistiram em pedir a sua desistência da disputa.

Jornais de referência dos EUA pedem que Biden abandone a corrida. O que é preciso para isso acontecer?

Num barómetro feito pela CBS e YouGov após o debate entre os dois candidatos às presidenciais, 72% dos eleitores norte-americanos consideraram que Biden não tem saúde mental e cognitiva para ser Presidente, mais sete pontos do que no início de junho.