Rudy Giuliani foi expulso da Ordem de Advogados em Nova Iorque, devido às suas declarações falsas sobre as eleições de 2020, em que questionou a vitória eleitoral de Joe Biden. A decisão foi publicada esta terça-feira por um tribunal de recurso nova iorquino e partilhada pelos media norte-americanos.

O antigo presidente da Câmara de Nova Iorque já estava suspenso de exercer advocacia desde 2021, enquanto o tribunal avaliava o seu caso, mas a decisão de suspensão é permanente, sem possibilidade de ser revogada. O tribunal considerou que Giuliani “não só violou deliberadamente alguns dos princípios mais fundamentais da profissão de advogado, como contribuiu ativamente para o conflito nacional que se seguiu à eleição presidencial de 2020″.

Em causa estavam as afirmações de Giuliani na qualidade de conselheiro jurídico de Donald Trump em 2020. Na altura, o advogado defendeu que Trump tinha perdido as eleições presidenciais pois tinham sido entregues milhares de votos em Joe Biden em nome de eleitores que já tinham morrido. Disse ainda que alguns eleitores, sendo de New Jersey, tinham ido até ao Estado da Pensilvânia, votando duas vezes no candidato Democrata.

Em tribunal, Giuliani declarou-se inocente, justificando-se com o facto de acreditar que tinha realmente existido uma fraude eleitoral. O tribunal considerou que as declarações eram “comprovadamente falsas e enganosas”, não aceitando a justificação e sublinhando a falta de arrependimento do advogado.

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“A gravidade da má conduta não pode ser exagerada. [Giuliani] abusou flagrantemente de sua posição proeminente como advogado pessoal do ex-Presidente Trump e da sua campanha, por meio da qual repetidamente e intencionalmente fez declarações falsas, algumas das quais perjúrias, ao tribunal federal, legisladores estaduais, ao público e a este Tribunal sobre a eleição presidencial de 2020, na qual atacou sem fundamento e minou a integridade do processo eleitoral deste país”, pode ler-se no documento do tribunal.

As afirmações de Trump e dos seus conselheiros mais próximos – nos quais se inclui Giuliani – culminaram no apelo do antigo Presidente à invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021. Seguiram-se acusações na Geórgia e no Arizona por conspiração para alterar resultados eleitorais, nas quais Giuliani também é visado.

Uma acusação como as da Máfia, um julgamento na TV e uma campanha presidencial inédita. A nova acusação a Trump é a mais grave até agora

Apesar de fazer parte da Ordem de Nova Iorque, Rudy Giuliani não exerceu advocacia entre 1992 e novembro de 2020, quando representou Donald Trump em tribunal. Agora, para além de ter perdido a licença em Nova Iorque, pode perdê-la também em Washington D.C. onde um processo para o expulsar da Ordem também está aberto, avança o jornal Politico.