Bem disposto e com um sorriso na cara. Foi desta forma que Roberto Martínez se apresentou aos muitos jornalistas que lotaram a sala de conferências de imprensa do Volksparkstadion, em Hamburgo. A razão é simples e foi aludida pelo selecionador durante a conferência: “O treino correu muito bem”. O técnico está ciente que a França é um adversário complicado, mas acredita no triunfo e garante que a equipa está preparada.
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Questionado sobre a imprevisibilidade da formação portuguesa e as eventuais trocas no onze inicial, Martínez disse que “todas as grandes equipas são previsíveis”, pelo que “o importante é a execução do talento dos jogadores”. “Depois de quatro jogos e 30 treinos, estamos preparados. Estamos focados, queremos melhorar, mas o nosso estilo é claro. Não precisamos de mudar de jogo para jogo. Sermos previsíveis faz parte do que queremos mostrar no relvado”.
“Críticas fazem parte do meu trabalho. Tenho informação, critério e o que preparámos para o jogo. Precisamos de muitos dados para tomar decisões. As críticas mostram a paixão que há pela Seleção e aceito isso. Tivemos um apuramento com dez vitórias e tive críticas. Para mim o foco não é ouvir as críticas e os comentários”, acrescentou, antes de frisar que Portugal é uma equipa que “arrisca”, tem “coisas que estão bem feitas e outras que precisa de melhorar”.
O selecionador nacional não revelou as suas opções para o jogo desta sexta-feira, mas garantiu que o treino foi “fantástico”, deixando-o “muito contente”. “Todos os jogadores estão aptos. Os 23 jogadores de campo podem ajudar a Seleção. Nos guarda-redes, o Diogo Costa deu uma alegria aos adeptos, o Rui Patrício e o José Sá trabalham a um nível fantástico. Tivemos quatro jogos em que utilizámos os 23 jogadores de campo. França utilizou 18. Isso [condição física] não tem importância para amanhã [sexta-feira]”, frisou Roberto Martínez.
“O importante é controlar o contra-ataque. França não é só Mbappé. Temos um grande respeito pela França. Mbappé, Dembélé e Thuram podem explorar isso muito bem. Precisamos de controlar o jogo, evitar os ataques rápidos e defender a nossa área. Sofrer faz parte da vida, do futebol e de tudo. O importante é que o final seja feliz. Prometemos que vamos dar tudo. O futebol é um desporto de equipa. Amanhã não é um jogo de dois jogadores. Estamos a falar de dois jogadores incríveis, que têm influência no desporto mundial e isso vai continuar. Amanhã [sexta-feira] é um jogo em que a equipa precisa de ter um desempenho muito alto”, perspetivou.
Um dos assuntos mais abordados nos últimos dias diz respeito aos livres da formação portuguesa. Frente à Eslovénia, Cristiano Ronaldo cobrou quatro livres, mas só dois foram na direção da baliza e acabaram defendidos por Oblak. Martínez partilhou que “os jogadores praticam os livres nos treinos” e essa responsabilidade pertence ao capitão e a “Bruno Fernandes”. “Temos a sorte de ter dois jogadores com um nível muito alto nos livres”, garantiu.
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Por fim, Roberto Martínez assumiu que gosta “de jogar, bonito e ganhar por muitos golos” e que a Seleção “joga melhor quando joga bonito e tem mais probabilidades de ganhar”. Sobre João Palhinha, sublinhou que o médio “é muito importante no balneário porque dá equilíbrio”.
Bernardo Silva: “Queremos voltar a trazer um título para Portugal”
O médio do Manchester City foi o eleito para fazer a antevisão ao jogo contra França ao lado do selecionador nacional. Aos jornalistas, Bernardo Silva garantiu que está “a dar” o seu “melhor” e vai “continuar a fazê-lo”. “Não sei se de fora parece mais fácil do que lá dentro, mas jogar um Europeu contra equipas muito organizadas não é fácil. Não é fácil criarmos as ocasiões de golo que queremos. A Seleção Nacional está num ótimo lugar para continuar a lutar por este Campeonato da Europa. Garanto que vou dar sempre o meu melhor por Portugal”, assumiu.
“O que aconteceu há oito anos foi o maior título da história do nosso futebol. Queremos voltar a trazer um título para Portugal e estou muito motivado para ajudar a Seleção. Claro que estou nervoso para amanhã [sexta-feira], mas gosto de viver estes momentos. São estes jogos que queremos jogar”, recordou o internacional português, revelando que não tem qualquer amargura por ter falhado a competição realizada em França.
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Quanto ao jogo dos quartos de final, o jogador de 29 anos sublinhou que “é preciso um Portugal a um nível altíssimo” e realçou que “não há um favorito”. “Estamos nas oito melhores seleções da Europa. Para se estar nos quartos de final é porque o trabalho foi muito bem feito. Pode não ser tão bonito e espetacular para as pessoas em casa, mas a verdade é que temos feito um trabalho muito bom”, concluiu.