Brenda Biya é rapper e partilhou uma fotografia no Instagram em que surge a beijar a modelo brasileira Layyons Valença.Uma ação que pode ser vista como corajosa visto que a jovem de 27 anos é filha do Presidente dos Camarões, país onde a homossexualidade é crime punível com pena de prisão até cinco anos.
“Sou louca por ti e quero que o mundo inteiro o saiba”, escreveu Brenda na legenda da publicação que teve os comentários desativados. Esta não é a primeira demonstração da relação entre as duas nas redes sociais. “Preciso de ti como um coração precisa de uma batida. Amo-te mais do que alguma vez encontrei uma forma de te dizer”, afirmou a modelo brasileira, que escolheu o mesmo dia, 30 de junho, para publicar uma fotografia das duas em frente a um espelho e fazer uma declaração de amor.
A data escolhida para as duas publicações não é aleatória. A filha do Presidente camaronês, que atualmente reside na Suíça, decidiu colocar um ponto final nos rumores em relação à sua sexualidade ao assumir a relação com uma mulher no último dia de junho, o Mês do Orgulho para a comunidade LGBTQ+.
Em Dia de Orgulho LGBTI, principal causa da comunidade é impedir retrocesso de direitos
Desde 2016, que o Código Penal do país prevê uma pena de prisão até cinco anos e uma coima de 305 mil euros de multa por relações sexuais entre duas pessoas do mesmo sexo.
O Presidente dos Camarões é Paul Biya, de 91 anos, no poder desde 1982. Até ao momento, nem o Governo nem o Chefe de Estado realizaram qualquer comentário público sobre a questão. De acordo com a BBC, a filha do Presidente camaronês partilhou um artigo do jornal francês Le Monde que escreveu que se tinha “assumido”. Partilhou ainda mensagens de apoio de várias pessoas. A rapper é seguida por mais de 300 mil utilizadores no Instagram.
A ativista transgénero camaronesa Shakiro foi uma das que elogiaram Biya, afirmando que a sua publicação no Instagram poderia ser um “ponto de viragem”. Shakiro, que atualmente reside na Bélgica, foi uma de duas mulheres transexuais camaronesas condenadas em maio de 2021 a cinco anos de prisão. Foi libertada dois meses depois beneficiando de uma “libertação provisória” conseguida pela Associação para a Defesa dos Direitos dos Homossexuais dos Camarões, uma ONG que apoia a comunidade LGBTQ+ nos Camarões.