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O Tribunal Bassmanni de Moscovo ordenou nesta terça-feira a detenção à revelia de Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Navalny, líder da oposição russa cuja morte, em fevereiro numa prisão do Ártico, a oposição diz ter sido orquestrada pelo Kremlin.

O Ministério Público russo apresentou uma acusação contra Navalnaya, que vive no estrangeiro, por participar numa associação extremista, pelo que foi declarada procurada.

“Yulia Borissovna (Navalnaya) escapou à investigação preliminar e, por conseguinte, foi colocada na lista de procurados”, declarou o serviço de imprensa dos tribunais de Moscovo na rede social Telegram.

O tribunal satisfez as exigências da investigação e ordenou a prisão de Navalnaya por um período de dois meses a contar da data da sua extradição para o território russo ou da sua detenção na Rússia. Caso regresse, pode enfrentar uma pena até seis anos de prisão.

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Navalnaya, que prometeu continuar a causa do marido a partir do exílio, acusa o Presidente russo, Vladimir Putin, de ser responsável pela morte de Alexei Navalny e afirma que o seu poder se baseia em “desinformação, mentiras, enganos e provocações”. A viúva do opositor do Kremlin assumiu recentemente a direção de uma ONG norte-americana que se dedica ao combate ao autoritarismo pelo mundo inteiro e tem apoiado especialmente a Ucrânia.

Em resposta ao mandado de captura, apontou que este é o procedimento habitual de Moscovo para lidar com os seus críticos. “Quando escreverem sobre este assunto, por favor não se esqueçam de escrever o principal: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra. O seu lugar é na prisão, e não algures em Haia, numa cela acolhedora com televisão, mas na Rússia – na mesma colónia e na mesma cela de 2 por 3 metros em que matou Alexei”, escreveu ainda numa publicação no X.

Navalny morreu subitamente a 16 de fevereiro, um mês antes das eleições presidenciais de 17 de março, em que Putin era o candidato favorito, depois de dar um passeio na penitenciária IK-3 na cidade ártica de Jarp , de acordo com as autoridades prisionais.

Relatos de morte súbita e uma autópsia por realizar. O que se sabe (e não sabe) sobre a morte de Navalny

A oposição russa acusa o Kremlin de estar por trás da sua morte, enquanto Putin afirma que se tratou de uma morte natural.