Portugal foi o primeiro país a contribuir, com 100 mil euros, para o novo Fundo dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), revelou em entrevista à Lusa a secretária-geral da ONU Comércio e Desenvolvimento (antiga UNCTAD).
Temos pela primeira vez uma estratégia específica para os SIDS, com o fundo, é uma estratégia coerente para todas as operações da UNCTAD, com mais planeamento para fortalecer o impacto nos SIDS e tenho muito prazer em agradecer a Portugal, que foi o primeiro país a contribuir”, disse Rebeca Grynspan em entrevista à Lusa a partir de Genebra.
“Qualquer aumento global de custos logísticos de 1% para o resto do mundo, implica um aumento cinco vezes maior para estes países“, salientou Rebeca Grynspan.
O principal objetivo da nova estratégia, disse a líder da ONU Comércio e Desenvolvimento é “fomentar a diversificação e a cooperação, e dar escala às operações”.
Na entrevista à Lusa, concedida depois do fórum sobre as cadeias de abastecimento dos SIDS, realizado em Barbados, Grynspan salientou que o interesse na nova estratégia é enorme, o que motivou que “toda a gente que é alguém nas cadeias de valor e no mundo da logística e gestão de portos tivesse estado presente no encontro”.
A nova estratégia da ONU para estes países que incluem os lusófonos africanos Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, para além de Timor-Leste, mais do que focar-se na geografia e no tamanho, visa responder “aos riscos sistémicos, vulnerabilidades estruturais e estruturas de produção subdesenvolvidas com cadeias de abastecimento mínimas”, lê-se no relatório que consubstancia a mudança de perspetiva.
Salientando a “vulnerabilidade desproporcional a desastre naturais induzidos pelas alterações climáticas e aumento do nível do mar”, o relatório aponta que o objetivo será, a partir de agora, “fomentar de forma sustentada as vantagens comparativas destes países e superar os constrangimentos ao desenvolvimento”, apostando nas principais áreas de trabalho da UNCTAD: pesquisa e análise sobre políticas, cooperação técnica e construção de capacidade, para além de advocacia e deliberações intergovernamentais.
É um novo modelo de desenvolvimento combinado com um reforço da parceria para sustentar os seus esforços de desenvolvimento”, conclui-se no texto.