Chegou o momento. Chegou a hora da verdade. Chegou o ponto alto de uma carreira que fala por si. Chegar à final de um Grand Slam é o sonho de qualquer tenista. Chegar à final e vencer, é estratosférico e está ao alcance de poucos. Jasmine Paolini fez história (6-2, 4-6 e 6-7) e tornou-se na primeira jogadora a chegar à final de Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano desde Serena Williams, em 2016. Pela frente, a italiana terá Barbora Krejcíkova, que quer levantar o troféu pela primeira vez (3-6, 6-3 e 6-4).

As duas atletas entraram em ação à procura de carimbar o passaporte para a final e ficar mais perto de conquistar o primeiro Grand Slam da sua carreira. Aos 28 anos, a croata voltou a superar todas as expectativas e chegou pela primeira vez à meia-final de um Grand Slam. Pelo caminho ficaram Wang Xiyu (2-1), Erika Andreeva (2-0), Dayana Yastremska (1-2), Paula Badosa (1-2) e Lili Sun (1-2).

“Significa muito para mim porque houve duas situações em que estive perto de deixar o ténis para sempre. Uma foi depois das operações que tive de fazer, mas a outra foi mesmo antes de Roland Garros este ano. Cheguei ao court na quinta-feira antes do início do torneio e disse ao meu treinador para irmos embora, que precisava de deixar o ténis. Estava há meses a dar tudo e os resultados não apareciam, tinha perdido a motivação e a esperança. É incrível quão rápido tudo pode mudar no ténis”, partilhou a croata no final do encontro.

Donna Vekic apura-se para as meias-finais de Wimbledon pela primeira vez

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Bem mais experiente em termos de resultados, Paolini está a ter uma temporada de crescimento e, depois de ter estado na fina de Roland Garros, apurou-se para as meias-finais de Wimbledon ao derrotar Emma Navarro (2-0). Antes, levou a melhor sobre Sara Sorribes Tormo (2-0), Greet Minnen (2-0), Bianca Andreescu (2-0) e Madison Keys (1-1, 5-5, vitória por desistência).

“O meu treinador sempre me disse que tinha as condições para jogar bem aqui, embora eu não acreditasse. Nos dois últimos anos joguei a primeira ronda contra a Petra Kvitova, então foi muito difícil acreditar nisso. A verdade é que em Eastbourne já me senti muito bem, estava a bater muito bem na bola, a movimentar-me bem. Dizia para mim que era bom jogar em relva e que podia jogar bem. Mas jamais pensei que podia chegar às meias-finais aqui”, afirmou a italiana depois dos quartos de final.

Jasmine Paolini junta-se a Donna Vekic nas meias-finais de Wimbledon

Como seria de esperar, a experiência da croata evidenciou-se no início da partida e, ao quinto jogo, conseguiu quebrar o serviço de Paolini. Irrepreensível no seu serviço, Vekic conseguiu novo break logo a seguir, colocando o jogo em 5-2. A servir para fechar o primeiro set (6-2), a número 37 do mundo levou a melhor com um jogo em branco.

No segundo set, Jasmine Paolini mostrou outra réplica mas esteve perto de ser quebrada novamente no quinto jogo. Contudo, a croata não conseguiu completar os dois pontos de break que teve e permitiu a recuperação da italiana (2-3). Apesar do equilíbrio, Paolini continuou melhor e, ao décimo jogo, conseguiu o tão procurado break, fechando o segundo set em 4-6.

Contudo, Donna Vekic respondeu no terceiro set e quebrou o jogo de serviço da italiana logo no início (1-0). No terceiro jogo, a croata voltou a dispor de novo ponto de break, mas Paolini conseguiu sobreviver e manteve-se dentro do jogo (2-1). Vekic respondeu com um jogo de serviço em branco e Paolini reduziu logo a seguir (3-2), mas acabou por perder fulgor no seu serviço e a italiana quebrou-a (3-3). Na resposta chegaram mais dois breaks e o nó teimava em não ser desatado. (4-4). Ao nono jogo, Paolini chegou finalmente à liderança, com um jogo em branco (4-5).

A italiana conseguiu encostar Vekic à parede no jogo seguinte, teve um match point, mas a croata conseguiu recuperar e voltar a empatar (5-5). O jogo continuou emotivo e Vekic desperdiçou dois pontos de break logo a seguir (5-6), acabando por salvar novo match point no seu jogo de serviço (6-6). No tie-break, Paolini beneficou do seu terceiro match point no serviço da adversária e carimbou o triunfo com um erro de Vekic (6-7, 8-10).

Na segunda meia-final estiveram frente a frente Barbora Krejcikova e Elena Rybakina, atletas que já venceram dois Grand Slams: a checa triunfou em Roland Garros em 2021 e a cazaque conquistou Wimbledon em 2022. Num primeiro set sem grande história, a número quatro do ranking WTA quebrou duas vezes a adversária nos quatro primeiros jogos e colocou-se confortavelmente em vantagem (0-4). A checa ainda respondeu com novo break, mas Rybakina garantiu o triunfo sem dificuldades de maior, apesar de ter desperdiçado dois set points (3-6).

No segundo set quase que se voltou a repetir a tendência, mas a cazaque não conseguiu converter o ponto de break que dispôs logo no início e permitiu a Krejcikova liderar pela primeira vez (1-0). No segundo serviço da 32.ª do mundo, Rybakina voltou a desperdiçar novo break e o jogo continuou taco a taco (2-2). À terceira voltou a acontecer o mesmo, a checa voltou a aguentar-se (3-2) e respondeu com um break (4-2). Com o jogo virado do avesso, Krejcikova manteve-se por cima e fechou o set com um favorável 6-3, embora tenha precisado de seis set points.

O equilíbrio foi transportado para o derradeiro parcial, com os primeiros jogos a terminarem com o triunfo de quem estava a servir (2-2). Ao sexto jogo, Rybakina ameaçou quebrar a adversária, mas não conseguiu (3-3), ao contrário de Krejcikova, que aproveitou o seu ponto de break (4-3). A servir para evitar a derrota, a cazaque conseguiu manter-se no jogo (5-4). Porém, a checa aproveitou o seu serviço para derrotar a rival em duas horas e oito minutos e apurar-se para a final (6-4).