O foguetão Falcon 9, da empresa SpaceX (de Elon Musk), sofreu uma “falha rara e catastrófica” na noite desta quinta-feira, quando transportava um conjunto de satélites para o espaço, e acabou por se desintegrar em órbita, escreve o New York Times. É a primeira vez, em oito anos, que é registado um incidente com este foguetão.
O diretor executivo da SpaceX, Elon Musk, revelou, na rede social X, que o foguetão sofreu um “RUD” — rápida desmontagem não programada — enquanto estava em órbita. “A equipa está a rever os dados para perceber a causa”, escreveu Musk.
Upper stage restart to raise perigee resulted in an engine RUD for reasons currently unknown. Team is reviewing data tonight to understand root cause.
Starlink satellites were deployed, but the perigee may be too low for them to raise orbit. Will know more in a few hours.
— Elon Musk (@elonmusk) July 12, 2024
Esta é a primeira falha do foguetão Falcon 9 desde 2016, ano em que ocorreu uma explosão na plataforma de lançamento. Desde esse incidente, o Falcon 9 já realizou mais de 300 missões bem sucedidas. Este ano, o foguetão tinha realizado missões a cada 2,8 dias, em média.
Não se sabe, para já, se a SpaceX vai ser capaz de salvar os 20 satélites Starlink (que se iriam juntar aos mais de seis mil operados pela empresa), e que ficaram comprometidos pela desintegração do foguetão, esta quinta-feira. Outra incerteza prende-se com as próximas missões do Falcon 9, que iriam levar astronautas para o espaço: uma é a viagem privada Polaris Dawn, prevista para o final de julho, e outra, já em agosto, que prevê a entrada na Estação Espacial Internacional de quatro astronautas.
Na quinta-feira, a parte inicial do voo ocorreu sem problemas. O Falcon 9 descolou da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, às 19h35 (3h35 desta sexta-feira, em Lisboa). Uma das partes do foguetão (a parte traseira, que contém os propulsores) voltou à base, mas a parte dianteira (que transportava os satélites) acabou por falhar de forma abrupta, deixando os satélites espalhados numa altitude inferior à pretendida pela empresa SpaceX.
Entretanto, a Administração Federal de Aviação, que licencia lançamentos de foguetões comerciais, revelou que vai levar a cabo uma investigação sobre o incidente, embora não tenham sido relatados “danos à propriedade pública”.
Se o Falcon 9 estiver fora de serviço por um longo período de tempo, isso pode criar problemas ao lançamento de astronautas para o espaço, por parte da NASA, às operações de turismo espacial da SpaceX e à indústria global de satélites comerciais, que depende muito do Falcon 9, nota a CNN.
Este incidente com a SpaceX segue-se a um outro, que envolveu a nave espacial Starliner, da Boeing.