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“O futuro da Ucrânia está na NATO”. Em conferência de imprensa com o Presidente ucraniano, Jens Stoltenberg voltou a afirmar o compromisso “irreversível” para a adesão. Da parte da Ucrânia, Zelensky garante que estão “muito perto do objetivo”.

Depois de um breve encontro com Joe Biden, e antes de começar o Conselho NATO-Ucrânia, o Presidente da Ucrânia e o secretário-geral da NATO falaram aos jornalistas, onde reafirmaram as promessas que ficaram expressas na declaração final da 75ª Cimeira da Aliança Atlântica e os planos de cooperação para o futuro.

Stoltenberg começou por enumerar os compromissos de segurança, destacando o apoio à formação das forças armadas ucranianas. O líder da Aliança lembrou que a NATO vai passar a coordenar toda a assistência à Ucrânia, controlando as atividades a partir de um quartel comandado por um general Aliado e um destacamento de tropas na Alemanha.

Sobre os compromissos financeiros, sublinhou os 40 mil milhões de euros que os chefes de Estado aprovaram entregar a Kiev em 2025 e sobre os compromissos militares, o envio concreto de sistemas de defesa anti-aérea e jatos de combate.

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Para além dos compromissos da NATO, destaca as negociações feitas à margem da Cimeira e os acordos bilaterais que Zelensky assinou durante os últimos dias. “Precisamos de apostar numa maior intraoperabilidade” entre o a Ucrânia, os Estados-membros da NATO e os restantes parceiros, concluiu Stoltenberg.

Juras de apoio ao “caminho irreversível” da Ucrânia e ameaças sérias de segurança: os destaques da declaração dos líderes da NATO

Tomando a palavra, Zelensky começou, como habitualmente, por agradecer o apoio contínuo dos Estados-membros e do próprio secretário-geral. “Temos de ser resilientes, para que o mundo aceite que as guerras de agressão não são normais”, declarou. Ecoando os compromissos enumerados por Stoltenberg, o Presidente ucraniano ressalvou a esperança de que todos os apoios “cheguem o mais cedo possível à Ucrânia”.

Sobre a multiplicidade de acordos, saudou a “nova arquitetura de defesa para a Ucrânia” que tem vindo a ser construída com a NATO, mas também com o G7 e os restantes parceiros estatais e supranacionais. “Cada acordo que assinamos deixa-nos mais fortes”, afirmou, acrescentando que cada acordo de apoio e cada ajuda entregue à Ucrânia “diminui o apetite de Putin pela agressão”.

Zelensky terminou a sua intervenção referindo a futura adesão da Ucrânia à NATO, que os Aliados consideraram que era “um caminho irreversível”. “Vamos fazer tudo para que chegue o dia em que a Ucrânia é convidada e se torna membro da NATO”, partilhou. Questionado sobre esse mesmo processo, acrescentou: “Estamos muito perto do nosso objetivo. O próximo passo será o convite e depois a adesão”.

“Se queremos ganhar, devemos levantar todas as restrições”

Respondendo às questões dos jornalistas, Stoltenberg e Zelensky voltaram a falar sobre as restrições à utilização de armas ocidentais em territórios russos. O secretário-geral argumentou que a Rússia é que iniciou a guerra e a Ucrânia tem direito a defender-se, direito que inclui a destruição de alvos militares em território russo. O apoio dos Aliados é possível “sem que se tornem parte do conflito”, defendeu. Mas sublinhou que estas decisões são tomadas ao nível estatal.

o Presidente ucraniano voltou a apelar ao fim de todas as restrições, repetindo a ideia que os ataques russos não são limitados e Kiev deve ter capacidade de resposta. “Se queremos ganhar, se queremos prevalecer, se queremos salvar o nosso país e defendê-lo, devemos levantar todas as restrições”, argumentou.

Stoltenberg recusou ainda comentar a notícia, avançada pela CNN, de que a Rússia teria um plano para matar o executivo de uma empresa alemã que fornece equipamento militar a Kiev. Contudo, identificou um “padrão” de tentativas de sabotagem de Moscovo, com o propósito de intimidar os membros da NATO, campanha que diz estar a ter o “efeito oposto”. “O que temos visto é que os Aliados não são intimidados”, declarou.

Quanto à notícia de que Viktor Orbán vai reunir com Donald Trump esta quinta-feira, Zelensky defendeu que não sabia dos planos do primeiro-ministro húngaro para reuniões na Florida, tal como não sabia das visitas de Orbán a Moscovo ou Pequim. Sobre uma possível segunda visita a Kiev, respondeu: “Isso é entre nós”.

Viktor Orbán reúne-se nesta quinta-feira com Donald Trump na Florida

*Editado por Cátia Andrea Costa