Era uma final, no mínimo, inesperada. De um lado, uma Jasmine Paolini que venceu o primeiro título ATP já em 2024 e que já tinha surpreendido ao chegar à final de Roland Garros. Do outro, uma Barbora Krejčíková que andava arredada das grandes decisões desde que conquistou Roland Garros em 2021. Em Wimbledon, depois de Svitolina, Rybakina, Gauff e Swiatek ficarem pelo caminho, encontravam-se na final feminina. 

Aos 28 anos, Jasmine Paolini prolongava um ano impressionante depois de ter perdido a final de Roland Garros para Iga Swiatek e baseava-se essencialmente no conselho do treinador, que a lembrou que “continua a ser ténis” — mesmo quando disputado na relva, a superfície menos favorável à italiana. “Não tenho palavras. É uma loucura. Estes últimos meses têm sido uma loucura. Estou a tentar concentrar-me no que tenho de fazer em court e adoro jogar ténis”, disse Paolini logo depois de afastar Donna Vekić na meia-final.

Também aos 28 anos, Barbora Krejčíková procurava regressar à alta roda do ténis três anos depois de ter derrotado Anastasia Pavlyuchenkova na final de Roland Garros para conquistar o único Grand Slam da carreira. Após afastar Elena Rybakina na meia-final, lembrou Jana Novotná, antiga tenista que ganhou Wimbledon em 1998 e que morreu em 2017 e que foi treinadora e mentora da checa.

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“Tenho muitas saudades dela, sinto muito a falta dela. Penso muito na Jana. Tenho tantas memórias bonitas com ela. Quando entrar em court, na final, vou lutar por cada bola tal como ela gostaria que eu fizesse”, disse Barbora Krejčíková, que até aqui tinha os oitavos de final de 2021 como melhor resultado no Grand Slam britânico.

Jasmine Paolini entrou mais nervosa do que o normal, cometendo alguns erros não forçados que eram imediatamente aproveitados por Barbora Krejčíková. A checa cumpriu um primeiro set praticamente perfeito, o melhor em nome próprio em todo o torneio, e carimbou a vitória no set inicial com um jogo em branco da italiana e ao fim de menos de 40 minutos (6-2).

Paolini decidiu sair de court no fim do primeiro set, confirmando a ideia clara de que nada lhe estava a correr bem, e venceu os três primeiros jogos do segundo set, alcançando uma confiança necessária para não entregar desde logo a final a Krejčíková. A checa foi cometendo alguns erros não forçados que não apareceram no set inicial e ofereceu ritmo à italiana, que acabou por relançar a partida com a conquista do segundo set (6-2).

Krejčíková repetiu o exemplo da adversária e também deixou o court depois do segundo set, respondendo da melhor maneira às questões colocadas sobre a final. Apesar da réplica sempre apresentada por Jasmine Paolini, que levou o jogo decisivo às vantagens e evitou dois match points, a tenista checa venceu o terceiro set (6-5) e conquistou Wimbledon, alcançando o segundo Grand Slam da carreira.