A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) emitiu, esta sexta-feira, pré-avisos de greve para os dias 23 e 24 de julho, com concentrações no dia 23, no Porto, Coimbra e Lisboa, e para o trabalho suplementar nos centros de saúde, até 31 de agosto, em reposta à recusa do Ministério da Saúde em acolher as propostas da federação.
Recordando os “1,7 milhões de utentes sem médicos de família”, os serviços de urgência que “encerram rotativamente” e as longas listas de espera para cirurgias, a Federação defende que, sem as medidas que propõe, “não será possível fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e garantir os cuidados de saúde à população, seja nos centros de saúde ou nos hospitais”, tendo em conta as sucessivas “políticas de desinvestimento e de desvalorização do trabalho médico”.
Para reverter a situação, exigem “a negociação prioritária e imediata da valorização das grelhas salariais, o regresso às 35 horas de trabalho semanais e das 12 horas semanais em serviço de urgência, a reintegração do internato na carreira médica e a criação de um regime de dedicação exclusiva, opcional para todos os médicos e devidamente majorada”.
Federação dos médicos avança com greve nacional a 23 e 24 de julho
Entre as reivindicações, está ainda contemplada “a reposição dos 25 dias úteis de férias, e de mais 5 dias suplementares se gozados fora da época alta, e o pagamento do aumento prometido aos médicos com contrato individual de trabalho anterior a 2013, que têm sido excluídos dos aumentos salariais, através da sua integração e progressão na carreira”.
O SNS não pode continuar a sobreviver à custa da exaustão dos médicos — tem de funcionar com condições, para médicos, profissionais de saúde e utentes”, diz a FNAM.
A greve nacional, nos dias 23 e 24 de julho, vai abranger todos os médicos do SNS, das regiões autónomas dos Açores e da Madeira e os que trabalham na Medicina Legal, nas Forças Armadas e nos Serviços Prisionais. Os profissionais vão também concentrar-se pelas 9h00 no Hospital de São João, no Porto, pelas 10h00 no Hospital Geral dos Covões e pelas 11h00 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, no dia 23 de julho
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, já tinha anunciado a greve em 6 de julho, acusando o Ministério da Saúde de “empurrar os médicos para outras medidas de luta como a greve“.