As Nações Unidas afirmaram que cerca de 26 milhões de pessoas sofrem de “fome aguda” no Sudão e expressaram “extrema preocupação” com o agravamento da situação de segurança alimentar no país, em guerra desde abril de 2023.

O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) indicou que mais de 750.000 pessoas estão “a um passo da fome” devido ao aumento dos preços dos alimentos e às dificuldades na distribuição da ajuda devido ao conflito.

E disse que os preços dos alimentos subiram 16% em junho, em relação a maio, com um aumento acumulado de 120% em relação a junho de 2023, uma situação que “só vai piorar” devido à atual estação das chuvas.

“O posto fronteiriço de Tine, que é utilizado para o transporte de abastecimentos do Chade para o Darfur, está atualmente intransitável devido às fortes chuvas e inundações. Muitas rotas no sul do Sudão também estão inacessíveis”, afirmou a agência.

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A agência sublinhou que o país “enfrenta o pior cenário possível” e insistiu que “a comunidade humanitária necessita urgentemente de acesso através de todas as rotas possíveis para evitar uma maior deterioração da situação” no Sudão.

“A disponibilização de mais fundos é também crucial. A partir de hoje, o apelo humanitário deste ano para o Sudão está financiado a pouco mais de 30%”, sublinhou o OCHA, com o agravamento da crise e continuação dos combates, com as partes a não conseguirem até agora chegar a um acordo de cessar-fogo.

A guerra eclodiu em 15 de abril, na sequência de divergências acentuadas entre o exército e as Forças de Reação Rápida (RSF) sobre a integração do grupo paramilitar nas forças armadas, o que fez descarrilar o processo de transição após a destituição de Omar Hassan al-Bashir, depois de 30 anos no poder, num golpe militar em abril de 2019.