O valor mediano do rendimento líquido por pessoa em 2022 foi 18,3% mais elevado nas áreas predominantemente urbanas, quando comparado com os das áreas predominantemente rurais, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as Estatísticas do Rendimento ao Nível Local referentes a 2022, esta quinta-feira publicadas e consultadas pela agência Lusa, o rendimento por tipologia de áreas urbanas era, naquele ano, mais elevado nas áreas predominantemente urbanas (11.179 euros) relativamente às áreas mediamente urbanas (9.971 euros) e às áreas predominantemente rurais (9.447 euros).
A tipologia de áreas urbanas para fins estatísticos foi instituída há uma década, em 2014, e constitui, segundo o INE, uma nomenclatura territorial da intensidade de urbanização em Portugal, mediante a classificação tripartida e exaustiva das freguesias do território nacional, em três categorias de áreas: predominantemente urbana, mediamente urbana e predominantemente rural.
O documento assinala, por outro lado, que a assimetria entre territórios urbanos e rurais “foi mais intensa” no interior Norte do país, concretamente nas sub-regiões do Douro (11.132 euros e 8.125 euros, respetivamente) e Terras de Trás-os-Montes (11.147 euros face a 8.147 euros).
Em contrapartida, o Algarve era, em 2022, a sub-região do país em que a diferença do valor mediano de rendimento entre territórios urbanos e rurais era menor (10.453 euros contra 9. 870 euros).
No relatório, o Instituto Nacional de Estatística avança ainda que em 2022 as áreas predominantemente urbanas “concentravam cerca de 74% dos sujeitos passivos do IRS e cerca de 79% do valor do rendimento líquido”, uma diferença substancial face às áreas mediamente urbanas (14% de sujeitos passivos e 12% do rendimento) e às predominantemente rurais (12% de sujeitos passivos e de 9% de rendimento).
Apesar de, no conjunto das 26 sub-regiões do país o valor mediano do rendimento ter sido globalmente mais elevado em territórios predominantemente urbanos e mais baixo em territórios rurais, este padrão, sustentou o INE, comportou exceções: na Península de Setúbal o rendimento mediano foi mais elevado nas áreas mediamente urbanas (12.489 euros) e mais baixo nas áreas predominantemente rurais (9.555 euros) e no Alentejo Litoral, onde embora as áreas predominantemente urbanas registassem valores mais elevados (11.592 euros), os mais baixos sucederam nas áreas mediamente urbanas (8.874 euros).
Ainda segundo o INE, os valores medianos de rendimento mais elevados, superiores a 12.000 euros, registaram-se nas áreas predominantemente urbanas da Grande Lisboa (12.402 euros) e da Região de Coimbra (12.032 euros) e nas áreas mediamente urbanas da Península de Setúbal (12.489 euros).