Esqueça as tradicionais marcas de desportivos de sonho, pois do ponto de vista da tecnologia e da inovação poucas (ou nenhuma) conseguem rivalizar com o quase desconhecido fabricante sueco Koenigsegg. O mais recente modelo da marca é o Gemera, lançado em 2020 e de que já aqui falámos, que é proposto em duas versões, ambas híbridas plug-in, sendo uma mais “fraquinha”, com “apenas” 1727 cv, e outra mais possante, com 2332 cv, destinada aos clientes mais exigentes. Ora, a procura veio a surpreender o próprio fundador da marca, Christian von Koenigsegg.
O primeiro dos Gemera a ser proposto foi o menos potente, se é que este termo se pode aplicar a um hiperdesportivo com 1727 cv, que ultrapassa em mais de 270 cv o Bugatti Chiron. O coupé da Koenigsegg monta três motores eléctricos axiais (um em cada roda anterior, com 508 cv cada, e o terceiro acoplado ao motor de combustão, com 407 cv) que, juntos, fornecem 1100 cv. O motor principal é a gasolina e é igualmente a carta que o mago Christian von Koenigsegg tirou da cartola, uma vez que tem apenas três cilindros e dois litros de cilindrada, mas desenvolve o simpático número de 600 cv, uma vez que é soprado por dois turbocompressores. De recordar que o 2.0 sobrealimentado mais potente do mercado equipa o Mercedes-AMG A 45 S 4Matic e fica-se pelos 421 cv.
O Gemera com motor de três cilindros garante 1727 cv, mas Koenigsegg percebeu desde logo que os clientes mais exigentes e com maior poder de compra iriam ter muita dificuldade em abrir mão do tradicional 5.1 V8 da marca nórdica, pelo que introduziu em complemento ao Gemera de 1727 cv uma versão mais musculada (e com outro roncar) com 2332 cv. Não que faltasse potência à mais “fraquinha” das versões, que já pode atingir 400 km/h e passa pelos 100 km/h ao fim de somente 1,9 segundos — o que não há Ferrari, Lamborghini ou Chiron que consiga. Mas o V8 tem outra sonoridade, nobreza e… potência.
Christian von Koenigsegg admitiu que colocou grandes esperanças no sucesso comercial do Gemera com três cilindros, mas a realidade é que poucos clientes revelaram interesse em pagar mais de 1 milhão por um hiperdesportivo com um motor de combustão com apenas dois litros e três cilindros. Daí que o fundador da marca tenha optado por acelerar a introdução da versão com o 5.1 V8 biturbo e até tentado que os clientes que optaram pelo três cilindros alterem a sua encomenda para o V8. As entregas do Gemera mais potente deverão arrancar no final de 2024.