A população de Pinhel, no distrito da Guarda, manifestou-se quarta-feira de manhã contra a falta de condições das instalações do Centro de Saúde, reivindicando à Unidade Local de Saúde da Guarda a realização de obras.

Os populares concentraram-se à porta da unidade de saúde denunciando a degradação contínua das instalações e reivindicando a realização de obras.

A Câmara Municipal de Pinhel associou-se ao protesto acusando, em comunicado, a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda de “total inoperância e incapacidade de resposta” para resolver o problema.

“O município associa-se ao descontentamento de profissionais e população e espera que o Governo possa diligenciar, com urgência, pela tomada de posse de um novo Conselho de Administração que seja capaz de dar resposta às necessidades da população”, lê-se no texto divulgado pela autarquia liderada pelo PSD.

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Para a vice-presidente da Câmara Municipal, Daniela Capelo, que esteve presente quarta-feira na concentração à porta do Centro de Saúde, as reivindicações “são justas” porque a falta de condições das instalações está à vista de todos.

“O edifício não tem climatização. Os profissionais trabalham sobre um frio horroroso no inverno e no verão com um calor abrasador, com pessoas a sentirem-se mal. Não há o mínimo de condições para que os seus profissionais possam exercer a sua atividade com qualidade”, descreveu à agência Lusa a autarca.

Daniela Capelo considera que a situação acaba por afetar a motivação dos profissionais que lá trabalham lembrando que quem se desloca aquele serviço precisa de ser atendido por profissionais focados e motivados.

A vice-presidente ressalva que a autarquia não tem competências para intervir no edifício, mas tem vindo a alertar o Conselho de Administração da ULS da Guarda para “as imensas dificuldades” até agora sem sucesso.

“É este o nosso grito de alerta. Pela necessidade de se fazer uma intervenção que permita climatizar e dar eficiência energética ao edifício que permita dar condições de trabalho aos profissionais, que permita dar condições aos utentes e que não seja mais um desinvestimento”, sustentou Daniela Capelo.

A autarquia conta que numa reunião realizada em maio de 2023 com elementos da administração da ULS foi informada que no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estava aprovada uma candidatura para a requalificação das instalações, com um investimento superior a 600 mil euros. Mas volvido mais de um ano a Câmara de Pinhel lamenta que não tenha sido feito qualquer intervenção.

Contactado pela Lusa, o Conselho de Administração da ULS da Guarda confirma a candidatura ao PRR “para a correção dos problemas” mencionados pela autarquia de Pinhel que prevê um investimento superior a 600 mil euros.

A administração argumenta que “todas as candidaturas no âmbito do PRR estão a demorar mais tempo que todos nós gostaríamos” assegurando ainda assim que “brevemente as obras no Centro de Saúde de Pinhel irão arrancar”.

Na resposta escrita enviada à Lusa, a administração da ULS da Guarda diz compreender “que todos os colaboradores e utentes estão sujeitos a maiores amplitudes térmicas, neste momento”, apelando “a um maior espírito de resiliência sabendo que brevemente as condições irão melhorar substancialmente”.