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O exército iraquiano condenou esta terça-feira o “imprudente” ataque com rockets que na segunda-feira à noite atingiu a base aérea de Ain al-Assad, que abriga conselheiros militares dos Estados Unidos.
Num comunicado, o exército advertiu que este tipo de ação “pode aumentar a tensão” no Oriente Médio num momento de risco de escalada regional.
Na segunda-feira, as forças armadas iraquianas afirmaram em comunicado que dois rockets foram lançados por volta das 21h00 locais (19h00 em Lisboa) contra esta importante base aérea situada na província ocidental iraquiana de Al-Anbar, onde estão estacionados “conselheiros da coligação internacional” liderada por Washington.
Os meios de comunicação social norte-americanos informaram que a ação deixou feridos entre os soldados dos Estados Unidos, embora fontes de segurança iraquianas tenham dito à EFE que os foguetes ‘Katyusha’ — amplamente utilizados pelas milícias pró-iranianas no país — não atingiram as instalações.
“Foram lançados ‘rockets’ contra a base Ain al-Assad” na província de al-Anbar, na região ocidental do Iraque, disse fonte de segurança iraquiana à agência France-Presse (AFP).
Alguns “caíram dentro da base” e um ‘rocket’ caiu sobre uma aldeia vizinha, sem causar danos, acrescentou a mesma fonte, que falou sob a condição de anonimato.
“Rejeitamos todos os atos e práticas imprudentes contra bases iraquianas, missões diplomáticas, locais com a presença de conselheiros da coligação e tudo o que possa aumentar a tensão na zona ou arrastar o Iraque para situações graves”, afirmou hoje o exército no comunicado.
Na declaração é prometido que os autores serão levados à justiça, mas não são identificados os responsáveis pela ação, que foi reivindicada pelo al-Thawrayun, um grupo com ligações ao porta-estandarte da Resistência Islâmica no Iraque, a poderosa milícia pró-iraniana Kataib Hezbollah.
O ataque surge uma semana depois de Washington ter matado quatro membros do Kataib Hezbollah num bombardeamento a sul de Bagdade e, segundo a agência noticiosa iraniana Tasnim, bem como um especialista em drones dos rebeldes houthis, do Iémen, grupo com o qual a Resistência Islâmica no Iraque começou recentemente a lançar ataques conjuntos contra Israel.
Os analistas norte-americanos argumentam que o Kataib Hezbollah se esconde atrás de grupos como o al-Thawrayun para lançar ataques de retaliação que não resultem numa resposta dura de Washington, que nos últimos meses bombardeou várias posições de milícias pró-iranianas no Iraque, provocando dezenas de mortos.
A Resistência Islâmica no Iraque lançou cerca de 200 ataques contra bases ocupadas pelos Estados Unidos em território iraquiano, sírio e jordano desde o início da guerra de Gaza, ações que alega serem em defesa dos palestinianos.
No entanto, esta amálgama de milícias abrandou o ritmo destas ações desde que um dos seus drones matou três soldados norte-americanos na fronteira entre a Síria e a Jordânia no início de janeiro, o que, por sua vez, desencadeou uma resposta dura de Washington no Iraque.