A petrolífera saudita Aramco anunciou esta terça-feira lucros líquidos de 29,07 mil milhões de dólares (111 mil milhões de euros) no segundo trimestre de 2024, uma queda de 3,4% em relação ao período homólogo.
Num comunicado enviado à bolsa de valores saudita, a empresa disse que a redução “reflete principalmente o impacto dos menores volumes de petróleo bruto vendido e do enfraquecimento das margens de refinação”.
A Arábia Saudita, o maior exportador mundial de crude, produz atualmente cerca de nove milhões de barris por dia (mbd), muito abaixo da sua capacidade de 12 mbd.
De acordo com a consultora Jadwa Investment, com sede em Riade, a produção média foi de 8,8 mbd em junho.
O número reflete cortes que remontam a outubro de 2022, quando o bloco produtor de petróleo OPEP+, que a Arábia Saudita co-lidera com a Rússia, anunciou que iria cortar a produção em dois mbd para aumentar os preços.
Em abril de 2023, vários membros da OPEP+ anunciaram que iriam reduzir ainda mais a produção em mais de 1 mbd e, em junho de 2023, Riade anunciou uma redução voluntária adicional de 1 mbd.
“A produção permanecerá em níveis semelhantes pelo menos até outubro”, quando um acordo OPEP+ anunciado em junho deste ano permitirá “aumentos mensais graduais”, disse a Jadwa.
A Aramco é a jóia da economia saudita e a principal fonte de receitas do programa de reforma Visão 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que visa preparar o reino para uma era pós-petróleo.
A Arábia Saudita comprometeu-se a reduzir as suas emissões de carbono a zero até 2060, uma promessa que suscitou ceticismo por parte dos defensores do ambiente.
A participação do governo na Aramco, uma das maiores empresas do mundo em termos de capitalização bolsista, é de aproximadamente 81,5%.
A listagem parcial da Aramco em bolsa em 2019, a maior da história, arrecadou 29,4 mil milhões de dólares (26,9 mil milhões de euros), e uma oferta secundária este ano de quase 1,7 mil milhões de ações arrecadou 12,35 mil milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros).
No ano passado, a Aramco divulgou que iria começar a pagar dividendos baseados no desempenho, para além do dividendo base.
Em maio, a empresa anunciou um dividendo base do primeiro trimestre no valor total de 20,3 mil milhões de dólares (18,6 mil milhões de euros) e um dividendo de desempenho de 10,8 mil milhões de dólares (9,9 mil milhões de euros), a ser pago durante o segundo trimestre.
A Aramco registou em 2023 “os segundos maiores lucros da sua história”, apesar de uma queda de 24,7% em relação ao ano anterior.
Em 2022, o lucro líquido recorde de 161 mil milhões de dólares (147 mil milhões de euros) foi impulsionado pelo aumento dos preços do petróleo bruto devido à guerra na Ucrânia e ao aumento da procura por petróleo após a pandemia, uma variável que diminuiu ao longo do ano.