Várias fontes dos serviços secretos ocidentais acreditam que o Irão pode estar a preparar-se para retaliar Israel na noite de 12 para 13 de agosto, o que teria uma conotação simbólica para o povo israelita.

Porquê? Segundo o The Jerusalem Post, o Tisha B’av trata-se de uma data importante na história do judaísmo que é dedicada ao luto e à reflexão em relação a tragédias passadas que afetaram os judeus. A data marca, desde logo, o aniversário da destruição do Primeiro e Segundo templos em Jerusalém, destruídos em duas ocasiões diferentes (587 AC e 70 DC). O Tisha B’av marca-se no nono dia do mês de Av, no calendário judaico.

Como conta o Haaretz, no primeiro caso, as forças da Babilónia cercaram Jerusalém e conseguiram transpor as muralhas de pedra que protegiam a cidade, tendo saqueado e incendiado o Primeiro Templo. Os judeus foram levados para o cativeiro na Babilónia e logo durante os 50 anos seguintes, antes de serem autorizados a regressar a Jerusalém, foram estabelecidos quatro dias de jejum em memória da destruição do Primeiro Templo. Um deles foi, precisamente, no mês de Av, mas não se conhece o dia exato. Estes dias foram definidos da “base para o topo”, o que significa que começaram por ser iniciativa do povo e não das autoridades.

Quando voltaram a Jerusalém, os judeus reconstruíram o templo, que acabaria por voltar a ser destruído já durante o império romano, então liderado por Tito.

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Mas a data também tem sido associada a outros infortúnios que aconteceram por volta da mesma altura noutros anos, como a expulsão dos judeus de Inglaterra, França e Espanha ou o ataque, pelo Hezbollah, contra a Associação Mutual Israelita Argentina, em 1994, na Argentina.

O Jerusalem Post explica que o Tisha B’av é uma data de jejum, que vai desde o pôr do sol até ao anoitecer do dia seguinte. É também a altura em que os judeus leem o Livro das Lamentações. 

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