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A Rússia anunciou esta segunda-feira o alargamento da zona de retirada de civis na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, na sequência da incursão ucraniana iniciada em 6 de agosto.
“O centro de operações regional tomou a decisão de retirar os residentes” do distrito de Belovski, disse o governador regional em exercício, Alexei Smirnov, nas redes sociais, segundo a agência francesa AFP.
Antes da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, cerca de 15.000 pessoas viviam no local, de acordo com dados oficiais.
Após meses de recuo contra os soldados russos na frente oriental, a Ucrânia lançou uma operação de grande escala sem precedentes na região russa de Kursk.
A cidade vizinha de Belgorod não está atualmente envolvida em combates, mas a situação é considerada alarmante pelas autoridades.
Um alto responsável da segurança ucraniana disse à AFP, sob a condição de não ser identificado, que milhares de soldados participam na incursão em território russo.
“O objetivo é esticar as posições do inimigo, infligir o máximo de perdas, desestabilizar a situação na Rússia (…) e transferir a guerra para o território russo”, disse a fonte da agência noticiosa francesa.
O exército russo insiste que está a infligir pesadas perdas aos ucranianos, em particular ao impedir “tentativas de fuga” na direção de cidades situadas a cerca de 30 quilómetros em linha reta do território ucraniano.
Em Moscovo, os voluntários organizaram-se para ajudar as mais de 76.000 pessoas já retiradas da região de Kursk devido à ofensiva ucraniana.
Num centro de recolha, acumulavam-se esta segunda-feira sacos de plástico com roupa, sacos-cama, comida para bebé, brinquedos ou produtos de higiene, segundo a AFP.
No exterior, no passeio, um cartaz escrito à mão indicava tratar-se de “ajuda humanitária para o centro de recolha de Kursk”.
Por detrás desta mobilização de cidadãos estão os partidos de Ekaterina Duntsova e Boris Nadejdine, dois russos que tentaram participar nas eleições presidenciais de março com plataformas pró-paz, mas cujas candidaturas foram rejeitadas.
“Não se trata de política, trata-se de vida humana”, disse à AFP a voluntária Ekaterina Dobrinina, de 22 anos.
“Francamente, não me interessa o tipo de pessoa que estou a ajudar. O importante é que eu as ajude e que elas consigam sobreviver”, acrescentou a ativista do movimento Jovem Alvorada, o partido de Duntsova.