Depois de 43 concertos da etapa europeia da Eras Tour, arrancam esta quinta-feira os últimos concertos de Taylor Swift na Europa: vão ser cinco noites no estádio de Wembley, em Londres. Mas depois das ameaças de ataques terroristas em Viena, que levaram ao cancelamento dos concertos, a polícia britânica aumentou o dispositivo de segurança, para garantir que o espetáculo decorra sem qualquer incidente.

Era suposto a cantora ter subido ao palco 46 vezes em 18 cidades. Mas os três concertos em Viena acabaram cancelados depois de as autoridades austríacas terem detido três jovens que planeavam um ataque ao estádio Ernst Happel. O objetivo seria “matar uma grande multidão” com bombas, facas e conduzindo um carro contra as pessoas reunidas à porta do estádio.

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Perante esta realidade, a polícia londrina aumentou o dispositivo de segurança para os cinco concertos finais: o primeiro será esta quinta-feira e seguem-se espetáculos na sexta-feira, sábado e na próxima segunda-feira e terça-feira. Em cada noite são esperados cerca de 90 mil fãs dentro do estádio de Wembley e, numa situação normal, outros milhares, que não conseguiram bilhetes, reunir-se-iam nas imediações para ouvir o concerto. Este fenómeno, a que as autoridades chamam “Tay-gating”, foi proibido para os concertos em Londres, anunciou o estádio num comunicado publicado na passada terça-feira. O estádio pediu igualmente que os fãs não pernoitem à porta de Wembley, para evitar a formação de multidões.

Estádio de Wembley proíbe fãs de Taylor Swift de se reunirem à volta do recinto durante os concertos

Para além destas medidas, a polícia londrina aumentou o dispositivo de segurança, destacado para a Eras Tour. Isto inclui mais agentes, mais videovigilância nas imediações e um aumento das medidas de cibersegurança, para controlo de potenciais ameaças, avança o The Wall Street Journal. Para além disso, o perímetro de segurança de Wembley foi aumentado — de forma a cobrir as imediações onde se formam já as filas de fãs — e marcado com scanners, vedações físicas e pilaretes, estes últimos para impedir o acesso de carros, como os suspeitos detidos da Áustria planeavam fazer.

Outra alteração nas noites de Londres, relativamente aos concertos anteriores, é o horário do evento, que foi adiantado 15 minutos. Isto quer dizer que as portas abriram às 15h30 e que Taylor Swift sobe ao palco por volta das 19h10, em vez das habituais 19h25, avança a Billboard. Para além dos Paramore, que têm acompanhado Swift na digressão europeia, o espetáculo vai contar com vários nomes britânicos na abertura do concerto, incluindo Raye, Suki Waterhouse, Maisie Peters e Holly Humberstone.

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O diretor da empresa que organizou o dispositivo de segurança dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, comentou as atualizações feitas pelas autoridades no recinto desportivo que conhece bem. “O Tay-gating adiciona uma dinâmica completamente nova, que os obriga a estender o perímetro bem para lá do estádio”, explicou Noah Price ao jornal norte-americano.

Ainda assim, Price garante que as autoridades britânicas estão bem preparadas. Esta preparação tem duas preocupações acrescidas. Em primeiro lugar, o Reino Unido já foi o palco de um atentado terrorista num concerto. Em 2017, um ataque com uma bomba num concerto de Ariana Grande, em Manchester, matou 23 pessoas (incluindo o atacante). Desde aí, o Reino Unido mudou a forma como organiza eventos de larga escala, de forma a garantir sempre a aplicação de medidas de contra-terrorismo.

Em segundo lugar, a polícia britânica está, neste momento, em alerta máximo, devido aos violentos motins anti-imigração que se têm multiplicado pelo país e obrigado à intervenção das autoridades. De notar que os protestos começaram depois de um homem ter esfaqueado mortalmente três meninas que participavam numa aula de dança. O tema da aula era, precisamente, Taylor Swift.

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As declarações da polícia metropolitana de Londres acabam por confirmar a análise de Noah Price. “Londres é anfitriã de um número significativo de eventos de alto nível todos os anos, com milhões de visitantes a desfrutarem de experiências seguras. Não há nada que indique que as questões a ser investigadas pelas autoridades austríacas terão um impacto nos eventos aqui em Londres“, declarou um porta-voz.

Para além das autoridades policiais, o presidente da Câmara de Londres também garantiu que a cidade está preparada para receber os concertos sem sobressaltos. “Somos uma capital internacional, organizamos grandes eventos numa base regular — Bruce Springsteen esteve recentemente no estádio de Wembley — estamos entusiasmados por receber novamente a Taylor Swift“, declarou Sadiq Khan à Sky News. O autarca garantiu ainda que as autoridades municipais estão coordenadas com as restantes autoridades para garantir a melhor experiência aos fãs.

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Fãs esses que se reuniam já, desde a véspera do primeiro concerto, em frente a Wembley e aos murais de Taylor Swift, pintados nas proximidades do emblemático estádio de propósito para a passagem da cantora norte-americana por Londres. Ao Wall Street Journal, uma swiftie de 21 anos disse sentir-se segura para o seu concerto de terça-feira, uma vez que as autoridades não teriam avançado com os concertos se houvesse novo risco de ataques. Ainda assim, Ella Percy partilhou que não vai ouvir os outros concertos de fora do estádio nas restantes datas, como planeava fazer. “Não quero dificultar o trabalho das autoridades”, afirmou.

Preparação feita e portas de Wembley abertas, o silêncio só se prolonga da parte de Swift e da sua equipa. Nem a cantora nem nenhuma das contas associadas à mesma reagiram ou comentaram o cancelamento dos concertos em Viena. Em todas as suas páginas oficiais, a última publicação data de 6 de agosto, na véspera daquele que devia ter sido o primeiro concerto na Áustria.

Terminadas as cinco noites em Londres, na próxima terça-feira, Taylor Swift despede-se da Eras Tour na Europa. A digressão retoma no dia 18 de outubro com um concerto em Miami, para uma nova etapa na América do Norte, que se vai estender até ao final do ano.