O PCP de Beja argumentou esta terça-feira que o distrito “continua a marcar passo” nas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias, sem que o aeroporto tenha também “o devido aproveitamento”, e culpou a governação do PS, PSD e CDS-PP.

Em comunicado, a Direção da Organização Regional de Beja (DORBE) do PCP responsabilizou os sucessivos governos por fazerem “anúncios atrás de anúncios”, mas “sem que os investimentos se concretizem”, e de optarem por “intervenções de maquilhagem que não correspondem ao que a região necessita”.

“Anos e anos de governação do PS, PSD e CDS, ora juntos, ora separados, numa lógica de turno, e o essencial das promessas para a região não saem do papel“, criticaram os comunistas.

Para a DORBE do PCP, “o distrito de Beja continua a marcar passo em termos de acessibilidades, seja na rodovia ou na ferrovia, e o Aeroporto de Beja continua sem o devido aproveitamento”.

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No comunicado, a estrutura comunista alude ao facto de a Infraestruturas de Portugal (IP) ter anunciado, em 7 de agosto, a contratação da obra de beneficiação do troço do Itinerário Principal 8 (IP8), com 22,5 quilómetros de extensão, por um valor de cerca 33,6 milhões de euros.

Nesse dia, noticiou então a agência Lusa, a IP revelou que o projeto vai ser construído entre a Rotunda com a Estrada Regional 2 (ER2) em Ferreira do Alentejo e a Rotunda com o IP2 em Beja.

O objetivo da empreitada é “a reabilitação estrutural da via, promovendo a melhoria das condições de mobilidade, circulação e segurança no IP8″, indicou a IP, realçando que a empreitada “inclui ainda a construção de uma variante à localidade de Beringel, com 2,5 quilómetros de extensão”.

A DORBE do PCP disse que o avanço da obra “é inseparável da luta das populações, das autarquias e de outras entidades da região“, mas alertou que o projeto tal como foi anunciado pela IP não responde “ao perfil de estrada que se reclama”.

“O PCP, tal como tem feito em numerosas tomadas de posição e em intervenções aos diversos níveis, reclama, mais uma vez, que se avance de forma decisiva com a construção do IP8 entre Sines e Vila Verde de Ficalho com perfil de autoestrada”, lê-se na nota.

O que a região necessita, reiteraram os comunistas, é de “um IP8 com quatro vias em toda a sua extensão, mas sem portagens, conforme previsto no Plano Rodoviário Nacional, incluindo ligação ao aeroporto”.

Além desta empreitada, o PCP exigiu ainda “a conclusão da qualificação do IP2 em toda a sua extensão, a beneficiação geral das estradas numa perspetiva de malha que permita o acesso entre todas as localidades e vias estruturantes de ligação aos principais centros e ao exterior”, assim como transportes públicos que deem “resposta aos movimentos pendulares existentes e às possibilidades de desenvolvimento”.

A juntar a isso, salientaram os comunistas, “a conservação de estradas deve ser uma preocupação constante dos responsáveis” e o Governo tem de disponibilizar “aos municípios um instrumento de financiamento para a qualificação das estradas e caminhos municipais”.