Um dos maiores recalls da indústria automóvel do ano envolve a BMW, que está a chamar à oficina 720.796 modelos da marca devido a risco de incêndio. Em causa está uma ligação defeituosa no circuito eléctrico que alimenta a bomba de água que, de acordo com o construtor, pode gerar um curto-circuito e desencadear um incêndio.

O defeito pode afectar mais de setecentos milhares de veículos produzidos entre 2012 e 2018, envolvendo 11 modelos distintos. E isto apenas nos EUA, sendo que a maioria é exclusivamente produzida em fábricas europeias da BMW e comercializada no Velho Continente. Só que apenas o mercado norte-americano possui um organismo (a NHTSA, de National Highway Traffic Safety Administration) que não só força os construtores de automóveis a reparações tão rapidamente quanto possível, como os obriga a tornarem públicas as avarias que podem colocar em perigo a segurança dos seus clientes, pelo que as 720.796 unidades envolvidas na chamada às oficinas n.º 24V-608 e potencialmente equipadas com peças defeituosas não incluem as vendidas na Europa, por exemplo.

Este defeito na ficha de ligação e o potencial risco de incêndio não são meramente teóricos, dado que a BMW admitiu ter conhecimento de pelo menos 18 casos provocados por este problema, não sendo improvável que este número aumente, agora que a causa passou a ser do conhecimento geral.

Tudo começou, segundo a NHTSA, quando o construtor alemão informou a entidade reguladora norte-americana da ocorrência do que denominou um “evento térmico” num modelo não determinado da BMW, nos EUA. Uma investigação veio a apontar para a origem do problema, que passa pela presença de fluído no sistema de admissão de ar que, em determinadas condições, pode pingar e atingir a ficha com a selagem deficiente, provocando um curto-circuito quando em contacto com a água.

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