O incêndio que matou em junho 23 pessoas numa fábrica de baterias de lítio na Coreia do Sul foi o resultado de “falhas grosseiras” na segurança e na qualidade da produção, concluiu esta sexta-feira a polícia.

A empresa sul-coreana Aricell produzia baterias de lítio para o exército em Hwaseong, a sul da capital Seul, mas vários lotes falharam os controlos de qualidade em abril, pela primeira vez, e o fabricante estava numa corrida contra o tempo para cumprir as encomendas militares e os objetivos de junho, disse a polícia.

A Aricell, que na altura tentava produzir cinco mil baterias por dia, “empregou um grande número de trabalhadores não qualificados para alcançar este objetivo e, em consequência, a taxa de defeitos aumentou consideravelmente”, declarou à imprensa Kim Jong-min, da polícia da província de Gyeonggi (norte).

Baterias que libertavam calor excessivo tinham sido detetadas em maio, mas a empresa não as retirou porque as considerava adequadas.

“O acidente foi causado porque a fábrica estava a produzir demasiadas baterias”, continuou Kim.

O incêndio matou 23 pessoas, entre as quais 17 chineses, segundo as autoridades sul-coreanas, numa das piores catástrofes industriais dos últimos anos no país.

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“Devido a falhas grosseiras, a maioria dos empregados [mortos] foi encontrada do outro lado da saída de emergência, apesar de [um intervalo de tempo de] 37 segundos durante os quais poderiam ter saído, após a primeira explosão, em 24 de junho”, acrescentou Kim.

De acordo com a polícia, a Aricell também manipulou dados para cumprir as ordens do exército e contornou os controlos de qualidade desde 2021.

A polícia emitiu mandados de detenção preliminares para três executivos da empresa, incluindo o presidente, Park Soon-kwan, e o filho, o diretor-geral, Park Joong-un, por violação da lei da segurança e saúde no trabalho, além de negligência no local de trabalho que resultou em morte.