O ministro da Agricultura criticou esta terça-feira os “radicais verdes” que se manifestam contra a construção de barragens e alertou que é preciso simplificar os projetos relacionados com o setor e acabar com a burocracia existente.

“Aquilo que depois nós temos de fazer é um outro trabalho que é a simplificação, que é acabarmos com a burocracia, eu sei que neste país há muita gente que é paga para criar problemas, no fundo, e não para resolvê-los, mas isso é algo que tem de acabar”, disse José Manuel Fernandes.

O governante, que falava na cerimónia de assinatura do contrato da empreitada de construção da rede de rega do aproveitamento hidroagrícola do Xévora, em Campo Maior, no distrito de Portalegre, deu como exemplo a morosidade que muitas vezes leva a obter, por exemplo, uma declaração de impacte ambiental.

“Uma declaração de impacte ambiental não pode demorar cinco anos, é um prejuízo enorme que tal aconteça. Felizmente temos um primeiro-ministro que não só considera a Agricultura como estratégica e estruturante como depois tem este objetivo da simplificação, este objetivo de acelerar processos”, sublinhou.

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“A água é prioritária para a agricultura, a mim causa-me alguma confusão que haja, por exemplo, radicais como eu lhes chamo, radicais verdes, que são contra as construções de barragens, contra o armazenamento de água, isso era promover o deserto numa série de sítios, era contra o ambiente”, acrescentou.

Mais tarde, em declarações aos jornalistas, José Manuel Fernandes sublinhou que a agricultura “não é inimiga” do ambiente e que as barragens ajudam à biodiversidade e ajudam ao ambiente e ao combate às alterações climáticas.

“Há quem queira eliminar barragens, o que era um desastre, conduzia não só ao abandono do território como ao aumento da seca e de problemas ambientais”, lamentou.

O Governo vai avançar com a construção da rede de rega do Aproveitamento Hidroagrícola do Xévora, a partir da Barragem do Abrilongo, num investimento que poderá ultrapassar os 25 milhões de euros.

O investimento, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, terá de ficar concluído física e financeiramente até final de 2025, seguindo-se, até 2026, uma outra fase do projeto que engloba a construção da estação elevatória de rega e o reservatório.

O projeto, nesta fase, conta com um investimento superior a 17 milhões de euros, vai beneficiar uma área de 1.560 hectares, com um comprimento da rede de tubagens de 44 quilómetros.

Para o ministro da Agricultura este projeto vai trazer à região “competitividade” e vai “ajudar” à coesão territorial e à sua sustentabilidade.

No decorrer da cerimónia, o presidente da Associação de Beneficiários do Xévora, Luís Minas, explicou que a associação “tem de ser um parceiro” deste projeto, recordando que foram os beneficiários que suportaram os custos do projeto do estudo de impacte ambiental.

Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, disse tratar-se de “um dia muito importante” para o concelho, uma vez que é uma obra “muito desejada” por toda a população.