O ranking esteve sempre a crescer, até a um inédito 34.º posto que ocupa atualmente na hierarquia ATP, os momentos foram variados depois da primeira conquista de um 250 no circuito com o triunfo na final frente a Rafa Nadal no Open de Bastad. Nuno Borges não conseguiu passar da primeira ronda dos Jogos Olímpicos em Paris também em terra batida, como na Suécia, mas teve uma boa entrada no regresso ao piso rápido, com duas vitórias no Masters 1.000 de Montreal e uma derrota com Holger Rune na segunda ronda do Masters 1.000 de Cincinnati após três triunfos incluindo o qualifying. Agora, na antecâmara do US Open, último Grand Slam da temporada, nem mesmo o desaire inesperado na primeira partida de Winston-Salem retirava confiança para um torneio onde conseguira apenas por uma vez passar à segunda ronda.

“É um torneio que me diz muito, tenho boas memórias e vou tentar usar isso também para, pouco a pouco, tentar chegar cada vez mais longe no torneio. Vou jogar com o meu melhor ranking mas não me sinto muito diferente. Sinto-me exatamente o mesmo jogador de há umas semanas mas claro que é bom e traz-me alguma confiança também ter subido um pouco no ranking. Traz também mais alguma responsabilidade. Sei que as pessoas estão à espera de mais mas este é o resultado de um trabalho que tenho vindo a fazer a longo prazo”, tinha comentado o maiato na antecâmara da estreia, em declarações à agência Lusa.

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“Estou confiante para o primeiro encontro, sinto-me bem, física e mentalmente, mas jogar à melhor de cinco sets é sempre um grande desafio, há sempre muita coisa em jogo. O meu adversário certamente também vai querer muito ganhar, portanto, tenho de dar o meu melhor. Não há borlas nestes torneios”, tinha ainda acrescentado antes do primeiro encontro com Federico Coria, argentino que nunca tinha defrontado ao longo da carreira e que chegava num momento menos conseguido com um total de cinco derrotas seguidas. Agora, somou a sexta. E Nuno Borges não deu mesmo hipóteses, conseguindo a vitórias mais expressiva em jogos de Grand Slam por 3-0 com os parciais de 6-2, 6-4 e 6-1 numa partida disputada em menos de duas horas.

O primeiro set praticamente não teve história, com Nuno Borges a aparecer no court como uma autêntica máquina capaz de impor o seu jogo e de anular todos os pontos fortes do adversário até ao 5-0, altura em que Coria aproveitou um certo facilitismo do português para ganhar o seu primeiro jogo de serviço e fazer ainda o primeiro break, antes da reação do tenista nacional que fechou em 6-2. De seguida, quase tudo mudou. O argentino subiu o nível do seu jogo, chegou a estar na frente por 4-2 e 30-15 no serviço de Nuno Borges mas o português assentou novamente na partida, conseguiu quebrar o serviço para o 4-4 na partida mais longa do segundo parcial com três vantagens e fechou em 6-4 com novo break após o 5-4 em branco.

O encontro estava sentenciado, Nuno Borges não mais deixou Coria reentrar na partida e foi assim, de forma natural, que o triunfo chegou com 6-1 no terceiro set, fechando aquela que foi a vitória mais expressiva em Grand Slams. Até agora, o português tinha conseguido apenas dois triunfos em três sets em Majors, ambos na edição deste ano do Open da Austrália mas com margens mais apertadas diante do germânico Maximilian Marterer por 7-5, 7-6 (3) e 6-2 e do espanhol Alejandro Davidovich Fokina por 7-6 (7), 6-3 e 6-3.

Agora, na segunda ronda, Nuno Borges consegue evitar Stefanos Tsitsipas, 11.º cabeça de série, mas terá pela frente um Thanasi Kokkinakis que teve uma exibição ao mais alto nível diante do grego, carimbando uma das grandes surpresas do dia com um triunfo por 7-6 (5), 4-6, 6-3 e 7-5. Atual 86.º do ranking mundial, o tenista australiano repetiu 2019 onde conseguira também passar à segunda ronda do US Open e confirmou a regra deste ano em passar sempre pelo menos o primeiro encontro que faz num Grand Slam (terceira ronda em Roland Garros, segunda ronda na Austrália e em Wimbledon). Félix Auger-Aliassime perdeu também no encontro inaugural com o checo Jakub Mensik, tal como Alejandro Tabilo diante do belga David Goffin.