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A pedido de Kiev, o Conselho NATO-Ucrânia reuniu-se esta quarta-feira para discutir a operação militar em Kursk e as duas noites consecutivas de ataques aéreos russos. A Aliança comprometeu-se a apoiar a Ucrânia, mas Volodymyr Zelensky e Dmytro Kuleba não se coibiram de renovar os apelos, desta vez em tom mais crítico.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano esteve na Polónia, num evento com o seu homólogo, em que aproveitou para responder às declarações de Sergey Lavrov na passada terça-feira, de que o Ocidente estava a “brincar com o fogo“, ao considerar entregar armas de longo alcance a Kiev, para utilizarem em território russo.

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“Desde o princípio da invasão em larga escala, o maior problema que a Ucrânia tem enfrentado é o domínio que o conceito de escalada tem no processo de tomada de decisão dos nossos parceiros“, declarou Dmytro Kuleba. “A guerra é sempre sobre muito material: dinheiro, armas, recursos, mas os problemas reais estão na cabeça”, argumentou ainda o chefe da diplomacia ucraniana, citado pela Reuters.

À saída da reunião do Conselho, o secretário-geral da Aliança assegurou que a prioridade continua a ser ajudar a Ucrânia. “Precisamos de continuar a providenciar equipamentos e munições de que precisa para se defender”, escreveu Jens Stoltenberg nas redes sociais.

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O Presidente ucraniano discordou que estes esforços sejam suficientes. “Todos os nossos parceiros têm de ser mais ativos, muito mais ativos, a contrariar o terror russo. Este terror nunca deve ser normalizado na Europa”, apelou no seu discurso diário, acrescentando que o ministro da Defesa tinha deixado claro aos parceiros da Aliança quais são as necessidades urgentes da Ucrânia.

Volodymyr Zelensky elencou os vários ataques russos das últimas 72 horas que resultaram em vítimas mortais, destacando o número de mortos e o tipo de armas de foram utilizadas: mísseis e bombas aéreas guiadas. “Estamos a trabalhar com os parceiros para abastecer a linha da frente, não só com armas e munições, mas com o poder da nossa união com esses parceiros. União verdadeiramente eficaz — de longo alcance“, declarou o Presidente ucraniano, salientando o pedido mais frequente, por armas para atacar os territórios russos, tal como Moscovo tem feito.

“Continuamos a insistir que a sua determinação nos vai ajudar a acabar a guerra o mais rapidamente possível, de maneira justa para a Ucrânia e para o mundo inteiro. A defesa da vida tem o mesmo significado em todo o lado”, rematou o chefe de Estado.

Neste mesmo discurso, Zelensky focou-se ainda na situação em Pokrovsk, que reconheceu ser “extremamente difícil”, por ser palco dos combates mais intensos na frente de batalha. O Presidente ucraniano defendeu que a ofensiva em Kursk, na qual continuam a avançar, é essencial para todas as frentes de batalha. “Toda a pressão que pusemos na Rússia faz com que eles não possam pôr ainda mais pressão na região de Donetsk“, afirmou.

Perante os pedidos insistentes de Kiev, os aliados continuam a responder com declarações de apoio. Esta manhã, Olof Scholz e Keir Starmer assinaram um acordo de defesa, destacando as vantagens deste para a Ucrânia e declarando o seu “apoio inabalável”, numa conferência de imprensa citada pelo The Guardian. Berlim e Londres reconheceram o peso da responsabilidade, como os aliados europeus que mais contribuem para o orçamento, mas continuam a contornar permissões para armas de longo alcance na ofensiva contra a Rússia. Porém, na semana passada, Volodymyr Zelensky já tinha notado que as lutas se travam com “munições e equipamento e não palavras”.