O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, disse esta segunda-feira esperar que o PS tenha “uma vontade genuína de negociar” o Orçamento do Estado (OE), sem “simulacro”, e criticou o Chega por ser “parte do problema” e não “da solução”.

“Em relação ao Partido Socialista (PS), o que nós desejamos no CDS é que a vontade de negociar seja genuína”, afirmou Nuno Melo aos jornalistas, à margem da visita que efetuou esta segunda-feira à edição deste ano da Feira da Luz, em Montemor-o-Novo, no distrito de Évora.

Lembrando que “ainda há um longo caminho” até o OE para 2025 (OE2025) ser apresentado na Assembleia da República, o líder do CDS-PP e ministro da Defesa Nacional desejou que “os partidos políticos com sensatez saibam dar a Portugal aquilo que Portugal precisa neste momento”.

“Que é estabilidade, que é a recusa de novos ciclos eleitorais, mais ainda quando teremos várias outras eleições nestes próximos tempos”, continuou.

Para Nuno Melo, “está nas mãos do PS, desde logo, mostrar ao país se se quer comportar como um partido responsável, que quer essa paz e essa estabilidade que os portugueses desejam, ou não”, desafiou.

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“Ou seja, o que espero é que não tenhamos pela frente nenhum simulacro de negociações, com decisões que já estão à partida tomadas. Uma negociação genuína passa por as pessoas se sentarem, apresentarem propostas, discutirem e, depois, chegarem a uma conclusão”, argumentou.

Quanto à postura do Chega em relação ao orçamento, Nuno Melo criticou o partido liderado por André Ventura, argumentando que, “manifestamente, é muito mais parte do problema do parte da solução”.

“Primeiro, começou por dizer que só aprovaria o OE se o Governo aceitasse a prisão perpétua. Ninguém ligou nenhuma, teve que inventar outra coisa qualquer e essa coisa qualquer passou a ser o referendo sobre as migrações. Também ninguém ligou coisa nenhuma”, afirmou.

Por isso, continuou, “então, agora anuncia que não vai aprovar o OE, o que é realmente extraordinário”.

“Eu acho que isto o próprio eleitorado do Chega não consegue compreender, Não consegue compreender que um partido que sistematicamente vem aprovando todas as iniciativa do PS, sem conhecer o texto do OE, antecipa que vai votar contra”, frisou.

Para o líder do CDS-PP, com esta atitude o Chega está a “mimetizar aquela que foi sempre a estratégia do Bloco de Esquerda”.

“Em matéria orçamental, temos hoje um partido que se diz de direita que aprova tudo o que é socialista e que antecipa que vai votar contra um texto que simplesmente não conhece”, criticou, argumentando que, “quem assim se comporta obviamente não é parte da solução e é manifestamente um problema para quem quer estabilidade para Portugal”, como é o caso do Governo.

O presidente do CDS-PP defendeu que “os portugueses não querem eleições antecipadas”, mas sim “estabilidade”, até porque se “pronunciaram há muito pouco tempo atrás”.