O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assegurou, esta sexta-feira, que “o Governo está empenhado em empreender um diálogo sério e leal com forças partidárias” da oposição sobre a viabilização do Orçamento de Estado para 2025. O chefe do executivo pediu ainda “sentido de responsabilidade” aos partidos e atirou que “os portugueses não querem birras”.

Em Espinho, após votar nas eleições diretas do PSD (em que é o único candidato), Luís Montenegro aproveitou para responder ao PS, que tem pedido mais dados ao Governo e que se recusa a negociar o Orçamento de Estado se não houver mais dados. “Estamos disponíveis para facultar informação que é possível partilhar aos partidos da oposição para que eles possam fazer as suas reflexões e apresentar as suas propostas”, assinalou.

“Nós temos dado resposta àquilo que nos é solicitado”, prosseguiu o primeiro-ministro, acrescentando: “É natural que possa haver oportunidades para a troca de informações e opiniões”. Neste contexto, Luís Montenegro lembrou as reuniões de terça-feira na Assembleia da República com os partidos que “aceitem o repto para uma segunda reunião”.

PS acusa Governo de “falta de boa fé” e não negoceia sem mais dados

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Questionado novamente sobre as queixas de falta de informações, Luís Montenegro atirou: “Sinceramente, arranjar pretextos para distrair as pessoas com, enfim, detalhes… Sinceramente, os portugueses não querem birras”. “Seguramente que este Governo apresentará mais elementos do que outros governos apresentaram à oposição.”

“Portugal precisa de ter um Orçamento de Estado para 2025”, sublinhou Luís Montenegro, recordando o “calendário” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR): “Precisamos de continuar a trabalhar”. “Tantos desafios que os portugueses querem que possam ser ultrapassados que, sinceramente o que posso dizer em nome do PSD, é desejar que todos os partidos políticos possam ter sentido de responsabilidade.”

Luís Montenegro desvalorizou ainda o facto de estar presença na reunião de terça-feira: “Tenho tido ocasião de conversar com os líderes políticos. Na Assembleia da República, tenho lá ido sempre que sou chamado”.

O primeiro-ministro explicou ainda que o debate orçamental vai ocorrer no “calendário próprio”: “Nós, neste momento, estamos a partilhar informações, construir as propostas e vamos apresentar o Orçamento a 10 de outubro. A parti daí, os partidos encetam trabalho parlamentar, a audição parlamentar e haverá o debate na generalidade, que ocorrerá no final de outubro. Seguir-se-á o debate na especialidade, no final de novembro.”

PGR? “Será uma relação de concertação” com Marcelo, diz Montenegro

Luís Montenegro foi ainda questionado sobre a escolha do novo procurador-geral da República e diz que tem estado em contacto com Marcelo Rebelo de Sousa sobre o assunto. “Falamos sobre todos os assuntos que interessam ao país e que implicam um diálogo entre Presidente da República e primeiro-ministro. Como sabem, o Governo tem capacidade de propor, mas o senhor Presidente da República é que tem capacidade de nomear.”

“Será uma relação de concertação”, garantiu Luís Montenegro, que salientou ainda que que tem tido uma “relação institucional e pessoal impecável” com o Presidente da República.