O Ministério Público acusou 12 pessoas de injúria e tentativa de agressão contra o almirante Henrique Gouveia e Melo e o ex-presidente da Assembleia da República Eduardo Ferro Rodrigues, avança o Diário de Notícias. Segundo o despacho ao qual o jornal teve acesso, os atos foram praticados durante a pandemia.
O primeiro remonta à noite de 14 de agosto de 2021, quando, junto ao Centro de Vacinação para a Covid-19, em Odivelas, um grupo de manifestantes gritaram “assassino” e “genocida” contra Gouveia e Melo, enquanto empurravam o então coordenador a task force da vacinação contra o vírus.
Chegada do vice-almirante Gouveia e Melo ao centro de vacinação de Odivelas.
O coordenador da task-force foi interpelado por manifestantes anti-vacinas que o acusaram de ser um “assassino”.
Vídeo: José Carlos Duarte/Observador pic.twitter.com/F0eaIYFnDH— João Porfírio (@porfiriojoao1) August 14, 2021
Um segundo episódio teve lugar um mês depois quando, durante um almoço junto ao Parlamento, em Lisboa, Ferro Rodrigues foi acusado de ser “pedófilo” e “nojento”. Tal como aconteceu com Gouveia e Melo, o ex-presidente da Assembleia da República foi também alvo de “empurrões”.
Na acusação, o Ministério Público considerou “liberdade de expressão” gritar “assassino” e “genocida” contra o almirante. Por outro lado, considerou que as ofensas contra Ferro Rodrigues atingiram “a honra, reputação e bom-nome”.
Três anos depois, a investigação da Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária identificou 12 “negacionistas”, agora acusados de crimes de ofensa à integridade física, na forma tentada e consumada, e injúria agravada.
A noite em que manifestantes cercaram o vice-almirante e um DJ foi a um centro de vacinação