O presidente do PSD e recandidato único ao cargo, Luís Montenegro, foi eleito com 97,45% dos votos, anunciou este sábado o Conselho de Jurisdição Nacional do partido.

Num vídeo disponibilizado nas redes sociais, o social-democrata manifesta o “profundo agradecimento” pela confiança nele depositada pelos militantes do partido e aponta os objetivos eleitorais do PSD para os próximos dois anos: conquistar a maioria das câmaras do país e vencer as presidenciais.

“Nos próximos anos vamos continuar o espírito reformista e transformador que trouxemos ao Governo de Portugal, com muita sensibilidade social. O PSD continuará a ser um partido grande e dinâmico. É com esse espírito que vamos aos combates eleitorais que neste período vamos enfrentar: as eleições autárquicas, onde queremos recuperar a ANMP e a ANAFRE; e em janeiro de 2026, onde queremos colaborar para a eleição de um Presidente da República para os cinco anos seguintes”, assinala Montenegro.

De acordo com o comunicado do órgão jurisdicional do PSD, votaram na sexta-feira nas eleições diretas para presidente da Comissão Política Nacional (CPN) 16.602 militantes, de um universo de 41.863 militantes com capacidade eleitoral (com as quotas em dia), uma taxa de abstenção de cerca de 60%.

Luís Montenegro, também primeiro-ministro desde abril deste ano, venceu as diretas com 16.179 votos (97,45%) e viu renovado o seu mandato como 19.º presidente do PSD para mais dois anos. Registaram-se 326 votos brancos e 97 votos nulos.

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A eleição dos restantes órgãos nacionais realiza-se no 42.º Congresso do partido, marcado para 21 e 22 de setembro, em Braga.

Montenegro conseguiu assim o resultado mais expressivo de sempre em eleições internas sem concorrência no PSD.

A última vez que o PSD tinha tido um candidato único à liderança foi em 2016, nas sétimas eleições diretas, as últimas em que Pedro Passos Coelho — já na qualidade de líder da oposição — foi reeleito presidente do partido com mais de 95% dos votos, até então o melhor resultado de sempre.

Antes disso, as eleições internas no PSD com candidato único foram em 2006 – a primeira que consagrou Marques Mendes por este método, e em que obteve 90,9% dos votos – e as reeleições de Pedro Passos Coelho, que em 2012 conseguiu 94,6% dos votos, em 2014 88,8% e em 2016 95,1%.

Quanto à participação, que nestas eleições ficou nos 39,6% dos militantes em condições de votar, foi semelhante à de anteriores diretas de candidato único (que oscilou entre os 37% em 2006 e os 46% em 2016).

As 12.ªs eleições diretas no PSD realizaram-se na sexta-feira em todo o país entre as 18:00 e as 23:00, em simultâneo com a eleição dos delegados ao congresso e com eleições para as distritais de Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Porto, Santarém e Beja (apenas nesta última com dois candidatos) e de muitas concelhias.

Luís Montenegro foi eleito pela primeira vez presidente do PSD em 28 de maio de 2022, numa eleição em que teve como adversário interno o antigo vice-presidente do PSD e atual secretário-geral adjunto das Nações Unidas Jorge Moreira da Silva, e que venceu com mais de 72% dos votos.