As autoridades russas anunciaram esta terça-feira que as tropas destacadas no leste da Ucrânia assumiram o controlo de outras quatro localidades situadas na província ucraniana de Donetsk, um dos principais focos da invasão russa desencadeada há mais de dois anos.

O Ministério da Defesa russo informou, num comunicado, que o exército conseguiu “libertar” Galitsinovka, Grigorovka, Krasnogorovka e Vodianoye, todas localizadas em Donetsk, durante operações realizadas nas últimas 24 horas.

“Como resultado da ação decisiva do Grupo de Forças do Sul, estas localidades foram libertadas”, referiu a nota militar.

As forças russas continuam a ofensiva contra as cidades ucranianas de Pokrovsk e Kurajove, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde as tropas ucranianas repeliram dezenas de ataques no dia anterior.

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De acordo com o relatório desta terça-feira do Estado-Maior ucraniano, as forças de Kiev repeliram um total de 41 ataques russos no eixo Pokrovsk durante as últimas 24 horas.

Pelo menos uma pessoa morreu durante o ataque com mais de 140 ‘drones’ ucranianos a várias regiões da Rússia durante a noite de segunda-feira, disseram hoje as autoridades russas.

Este foi um dos maiores ataques com ‘drones’ em solo russo desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022. Uma mulher morreu e três pessoas ficaram feridas na cidade de Ramenskoye, nos arredores de Moscovo, onde os ‘drones’ atingiram dois edifícios residenciais de vários andares e iniciaram incêndios, disse o governador da região de Moscovo, Andrei Vorobyov.

Cinco edifícios residenciais foram evacuados devido a destroços dos ‘drones’ abatidos, disse Vorobyov.

O ataque levou ainda as autoridades a encerrarem temporariamente três aeroportos nos arredores de Moscovo, nomeadamente Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky. Um total de 48 voos foi desviado para outros aeroportos, de acordo com a autoridade da aviação civil da Rússia, Rosaviatsia.

Este foi segundo ataque massivo com ‘drones’ ucranianos à Rússia este mês. Em 1 de setembro, os militares russos disseram que intercetou 158 desses aparelhos aéreos não tripulados ucranianos em mais de uma dezena de regiões russas.

O Comité de Investigação da Rússia anunciou uma investigação criminal sobre o que descreveu como um ataque terrorista.

Entretanto, a Rússia já bombardeou a Ucrânia com mísseis, bombas e ‘drones’, matando mais de 10.000 civis, de acordo com as Nações Unidas.

Já o antigo ministro da Defesa e atual secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, declarou esta terça-feira que não haverá negociações de paz com Kiev até os militares ucranianos serem expulsos do território russo.

“Até que os expulsemos (os militares ucranianos) do nosso território, nós, naturalmente, não iremos manter quaisquer negociações” com a Ucrânia, disse Shoigu numa entrevista ao canal de televisão estatal russo Russia24.

“Nunca negociámos com terroristas e nem vamos negociar”, sublinhou Shoigu, apontando que as forças ucranianas queriam tomar a central nuclear de Kursk para fins terroristas, algo que a agência nuclear russa (Rosatom) já denunciou na semana passada.