A diocese de Ávila, em Espanha, declarou a 28 de agosto que o corpo de Santa Teresa de Ávila se mantinha “incorrupto”, quase cinco séculos depois da sua morte, em 1582. O túmulo foi aberto, para o reconhecimento canónico dos restos mortais da Santa, após um requerimento feito pelo Bispo de Salamanca, com autorização do Papa Francisco.

O postulador geral da Ordem dos Carmelitas Descalços, Padre Marco Chiesa, citado pelo El País, disse que o túmulo estava “nas mesmas condições” em que o tinham verificado na última abertura, em 1914. Antes, só em 1750 é que uma análise semelhante tinha sido feita àquele espaço sagrado, relatando muitas semelhanças entre as várias aberturas. Para além do túmulo, foi decido exumar o corpo, de modo a ser analisado por médicos e cientistas.

Descreveram o cadáver como estando praticamente intacto, tendo o braço e o coração sido isolados no século XVI, por motivos de culto. Enquanto se espera pela divulgação dos resultados das várias fotografias e raios-X, Chiesa revelou que, pelas fotografias tiradas em 1914, a preto e branco, era possível reconhecer a cara da Santa Teresa “claramente”, apesar da pele mumificada.

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A diocese de Ávila, na altura do anúncio dos estudos, explicou que o processo iria ser divido em três partes: a abertura do túmulo com exames visuais, a análise em laboratórios italianos e, finalmente, intervenções de conservação. A primeira teve de seguir indicações extremamente rigorosas, onde membros do tribunal eclesiástico escolhido pelo Bispo de Salamanca reforçaram a proibição da saída das relíquias para fora de Alba de Tormes.

O túmulo de Santa Teresa tem uma particularidade: é guardado, literalmente, a 10 chaves, a cargo de várias pessoas, em diferentes localizações. Uma está em Roma, outra nas cortes do Rei de Espanha e as outras entre a comunidade. Depois de ser aberto, seguiram-se os exames visuais à múmia, em que se tiraram várias fotografias e raios-X às relíquias e ao corpo, e foi feita a devida limpeza dos relicários.

O dados foram transferidos para laboratórios em Itália, onde os resultados serão revelados nos próximos meses, de acordo com a diocese. Quando esta análise terminar, haverá uma reunião, onde serão propostas medidas para uma melhor conservação do local, para depois se voltar a fechar tudo até à próxima exumação.

Santa Teresa de Ávila, também conhecida como Santa Teresa de Jesus, nasceu em 1515 e foi a mulher a receber o título de Doutora da Igreja. Tinha como objetivo preservar a continuidade da Ordem dos Carmelitas, com o desejo do nascimento de um “novo estilo de vida religioso”, sempre em conformidade com a Igreja.