A exibição esteve longe de ser brilhante. O resultado (2-1) peca por escasso, mas a vitória foi tirada a “ferros” diante de uma equipa que conta por derrotas todos os jogos disputados na Primeira Liga. Ainda assim, a avalanche ofensiva e a intensidade que o FC Porto conseguiu imprimir no jogo animaram os adeptos e prometem ser uma imagem de marca da equipa de Vítor Bruno. Em sentido inverso, as falhas defensivas e o desacerto na finalização prometem dar dores de cabeça aos portistas.
“O FC Porto ganhou porque tinha que ganhar e ganhou bem. Se alguém questionar é porque viu um jogo diferente. O Ricardo Velho fez uma exibição fenomenal. Falhámos seis/sete lances de golo. Fomos avassaladores. Ao abrir a segunda parte fizemos um golo e, depois de um erro individual, que faz parte do crescimento [do jogador], sofremos um golo. A equipa tem de estar preparada para responder e proteger sempre um colega que possa errar. É um erro individual mas de alguém que trabalha bem. Não me incomoda porque sei qual é a casta de que [Otávio] é feito. Ele e a equipa. A equipa sentiu a necessidade de agarrar novamente o jogo para camuflar esse erro e ganhar o jogo. É completamente justo”, começou por analisar o treinador dos dragões na flash-interview da SportTV.
Quanto às alterações na defesa, o timoneiro referiu que os jogadores “deram uma boa resposta” e têm “qualidade”. “Nestas duas semanas trabalhámos numa linha defensiva nova. Estavam cá os quatro [titulares da defesa]. Deu para trabalhar e assimilar os conceitos”. Questionado, novamente, pelo erro de Otávio que originou o golo do Farense, Vítor Bruno realçou que o central “estava noutra realidade há pouco tempo” e “tudo leva tempo”. “Vão dar os passos que têm que dar. A essência está lá, o ADN Porto também. Depois de um erro tem de optar pelo simples. Há a tendência de querer fazer tudo muito bem e é assim que se criam os erros”.
Mais tarde, em declarações ao Porto Canal, Bruno justificou as substituições, que acabaram por traduzir-se no golo da vitória. “A ideia era ir à procura do segundo golo. Quem veio do banco acrescentou muito. O [André] Franco pegou no jogo. Tem muito critério nas tomadas de decisão. Procurámos meter gente por fora [do bloco adversário] para alimentar os corredores. Depois baixámos o Galeno e adiantámos o Pepê. Fizemos o 2-1 e queríamos ter feito o terceiro. É inglório falar de um resultado final tão escasso”, concluiu.
Quem também marcou presença na zona de entrevistas rápidas foi Nico González. O espanhol, à semelhança do treinador, garantiu que o triunfo foi justo dado o número de oportunidades criadas pela equipa. “Ricardo Velho mereceu ser o homem do jogo porque evitou praticamente seis ocasiões claríssimas, que na maioria das vezes deveriam ser golo. Acho que estamos a fazer grandes jogos. Hoje foi mais um. No FC Porto perder é algo que não pode acontecer e temos de tentar que aconteça o mínimo possível, e o mais importante depois de uma derrota é voltar o quanto antes a uma vitória”, sublinhou o médio espanhol.