O aluno de 12 anos que na quarta-feira atacou com uma faca seis colegas na Escola Básica da Azambuja vai ser transferido para uma outra escola, de acordo com uma comunicação interna enviada pela direção do estabelecimento de ensino aos pais dos alunos e citada pela RTP.

Nessa comunicação interna, a direção reafirma que não tinha “qualquer indício de que esta criança (ou qualquer outro aluno do Agrupamento) pudesse ter um comportamento de risco para com os outros”.

A criança em causa “será alvo de procedimento disciplinar, suspenso e, por orientação do Ministério da Educação, será promovida a transferência de Escola”, diz ainda o e-mail interno.

Entretanto, o Ministério Público também já abriu um inquérito ao caso. “Os factos deram lugar à instauração de inquérito tutelar educativo, o qual corre termos no Ministério Público do Juízo de Família e Menores de Vila Franca de Xira”, confirmou ao Observador fonte oficial da Procuradoria Geral da República.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ataque na Azambuja. O alerta por WhatsApp, uma faca levada de casa e alunos com medo de regressar à escola

“O inquérito tutelar educativo (ITE) encontra-se previsto na Lei Tutelar Educativa, quando estão em causa factos qualificados pela lei como crime, praticados por menor(es) entre os 12 e os 16 anos”, acrescentou a mesma fonte, sublinhando que este inquérito “tem natureza secreta”.

Esta quarta-feira, um aluno do 7.º ano da Escola Básica da Azambuja atacou à faca seis colegas de escola, com idades entre os 11 e os 14 anos, num corredor de acesso às salas de aula. O menor estava equipado com um colete à prova de bala que seria propriedade do seu pai.

Cinco das crianças tiveram de ser transportadas para unidades hospitalares, enquanto uma sexta foi assistida no local. Uma das crianças encontra-se em estado mais grave no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com ferimentos no tórax e cabeça, embora não corra perigo de vida.

“Isto foi um horror”. Aluno esfaqueia seis colegas em escola da Azambuja e fica em “avaliação psicológica”

A criança foi travada, em primeiro lugar, por uma funcionária da escola e, depois, por elementos da GNR, que mantiveram o menor agressor sob custódia numa sala de aulas até ser ouvido, mais tarde, pela Polícia Judiciária com acompanhamento psicológico.

Tanto o primeiro-ministro, Luís Montenegro, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenaram o caso.

À Lusa, o Ministério da Educação, liderado por Fernando Alexandre, confirmou que está a acompanhar o evoluir da situação clínica dos alunos que se encontram internados em unidades hospitalares, bem como do aluno autor das agressões.